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UE sinaliza cortes maiores nas tarifas agrícolas

De acordo com a edição on-line do jornal Financial Times, o bloco insiste que esse passo terá que ser acompanhado por concessões de outros países, inclusive o Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) sinalizou nesta sexta-feira estar disposta a oferecer cortes maiores em suas tarifas agrícolas nas negociações da rodada multilateral da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas continua a insistir que esse passo terá que ser acompanhado por concessões de outros países, inclusive o Brasil, informa a edição on-line do jornal Financial Times. A atual oferta européia prevê um corte médio de cerca de 39% das tarifas agrícolas. Mas 8% das tarifas são isentas dessa redução, com a UE oferecendo em vez disso novas, mas limitadas quotas de importação desses produtos. O G-20, grupo dos países em desenvolvimento liderado pelo Brasil, tem pedido um corte médio de 54% nas tarifas européias. Os Estados Unidos sugerem uma redução maior, de 66%. Um porta-voz do comissário europeu para o comércio, Peter Mandelson, questionado por jornalistas se Bruxelas estaria propondo elevar a média de seus cortes tarifários para 50%, confirmou que a UE consideraria "avançar mas certamente não tão longe" como uma redução de 54%. Ele também insistiu que essa melhora na oferta depende de concessões de outros países chaves nas negociações, incluindo um teto muito mais baixo para as tarifas de bens industriais do que os 30% atualmente propostos pelo Brasil e India. Solicitação Os Estados Unidos e a UE solicitavam um teto de 15% nas tarifas industriais. Mas, segundo o FT, fontes próximas das negociações sugerem que os europeus podem estar dispostos a elevar esse número em dois ou três pontos percentuais. Um bloco de países europeus liderados pela França deixou claro que a UE não pode sinalizar mais cortes em suas tarifas agrícolas ou subsídios sem obter concessões dos demais países. As negociações da rodada de Doha se intensificaram nas últimas semanas para se tentar chegar a um acordo o quanto antes. Mas fontes presentes nas negociações na sede da OMC em Genebra comentam que persistem ainda grandes diferenças nas ofertas para produtos agrícolas e industriais.

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