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Um dia após defender banho frio, Bolsonaro diz enfrentar crise hídrica com planejamento e seriedade

Em vídeo gravado para um painel da ONU sobre transição energética, o presidente afirmou que tem trabalhado para garantir acesso a energia limpa e sustentável a todos brasileiros

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

Um dia depois de pedir à população, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que tome banho frio como forma de economizar energia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 23, que o governo federal enfrenta a crise hídrica "com planejamento, seriedade e transparência". 

A declaração foi feita em vídeo gravado para um painel de evento virtual da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre transição energética, que não constava da agenda oficial do chefe do Executivo. Na quinta-feira, 22, Bolsonaro também pediu à população o uso de escadas em vez de elevador, a redução da potência do aparelho de ar-condicionado e, mais uma vez, o desligamento de ao menos um ponto de luz como forma de reduzir os impactos da crise que ameaça o pleno abastecimento nacional de eletricidade. 

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Gabriela Bilo/Estadão

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O presidente declarou ainda, durante o painel, que tem trabalhado para garantir acesso a energia limpa e sustentável a todos brasileiros. "Brasil já é líder em prover acesso a eletricidade com praticamente 99% da população contemplada. Agora, estamos agora avançando para 100% com o programa mais luz para Amazônia", disse.

Apesar de ter sua política ambiental criticada internacionalmente, sobretudo em razão do desmatamento da Amazônia, Bolsonaro afirmou também que o Brasil é um exemplo para o mundo em transição energética e tem, "de longe", a matriz energética mais limpa do planeta. 

"Nosso País tem longa experiência na promoção de soluções energéticas sustentáveis, a começar pela bioenergia, em que somos referência mundial", disse. "Na transição energética global, para qual temos dado contribuição significativa como país, não há receita única. [..] É um processo que inclui fontes como bioenergia, hidreletricidade, nuclear, solar e eólica, além de fontes de mais baixo carbono como gás natural. Inclui, também, digitalização de sistemas, eficiência energética ou novas tecnologias, como o hidrogênio, que vem se consolidando rapidamente no Brasil", acrescentou. 

Ele declarou ainda que está comprometido com a descarbonização dos transportes e em ampliar a geração de energia para as necessidades de desenvolvimento nacional. "Assumimos o compromisso de reduzir voluntariamente 620 milhões de toneladas de emissões de carbono em 10 anos, considerando apenas o setor de combustíveis de transportes. Cumpriremos essa meta", destacou. "No Brasil, sabemos que a transição energética é possível, sabemos também tratar-se de enorme oportunidade."

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