Tão ou mais grave do que a queda do número de imóveis lançados é o da redução da área total oferecida na capital, da ordem de 2 milhões de m². O número é cerca de 47% inferior ao de 2014. Não só a demanda por moradia está “estagnada”, segundo os técnicos da Embraesp, como o estoque de unidades produzidas e não vendidas continua em patamar elevado. Nem a redução do preço médio pedido por m² – de R$ 9.186,00 em 2014 para R$ 8.404,00 em 2015 – bastou para promover uma reativação do mercado.
Outros sinais do segmento imobiliário também são ruins, como a demanda por áreas edificáveis, os distratos e a retração das vendas da indústria de materiais de construção, de 7,2%, entre dezembro e janeiro, e de 20,5%, entre 2014 e 2015.
O mercado imobiliário apresenta tendência de estagnação desde o início da década, quando os preços dispararam, reduzindo o porcentual de compradores potenciais. Entre 2014 e 2015, caiu quase 40% o número de unidades lançadas, enquanto o volume de financiamento imobiliário concedido com base na captação das cadernetas de poupança diminuía cerca de 30%.
Com as mudanças na legislação sobre o uso do solo e as restrições ao direito de construir introduzidas pelo Plano Diretor da Prefeitura Municipal de São Paulo, o mercado de terrenos destinados à incorporação encolheu muito. Algumas incorporadoras chegam a pôr à venda parte do seu estoque de áreas, a despeito da importância desse estoque para permitir a retomada futura dos lançamentos.
O aumento do desemprego e a queda da renda real forçaram compradores de imóveis na planta a desistir da aquisição (distrato). Isso tem ocorrido em grande escala, sobretudo quando os preços atuais dos imóveis são inferiores aos preços do lançamento – e os compradores constatam que fizeram mau negócio.
As perspectivas para 2016 são de novas quedas, seja pela falta de confiança de incorporadores e compradores, seja pela escassez de crédito.