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Um gigante feito para disputar mercado de US$ 3 bi

Por ANÁLISE: Roberto Godoy
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A casa do KC-390 é grande: 13 mil m2 , pé direito de 22 metros, equivalente a 7 andares, e vão livre de 18 metros. Para movimentar o cargueiro, o espaço no hangar é de 60 x 40 metros. O prédio ficou pronto faz pouco tempo, mas já abriga o primeiro jato da série, em fase de montagem. Vai voar ainda esse ano - provavelmente na segunda quinzena de outubro.Bom para os negócios. O jato KC-390 é a confirmação de uma virtude muito própria da Embraer, a capacidade de detecção de novos segmentos restritos do mercado, onde os produtos da empresa se inserem como únicos. É assim em relação ao novo cargueiro e reabastecedor em voo. De projeto e tecnologia brasileiros é um empreendimento consistente, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento - o PAC da presidente Dilma Rousseff. A etapa de encomendas pode chegar a mais R$ 3 bilhões, envolvendo 105 aviões (de um universo de 700 aeronaves) até 2025, estima o Ministério da Defesa. O KC-390 acumula 32 cartas de intenção de compra emitidas por cinco governos: Colômbia (12), Chile (6), Argentina (6), Portugal (6) e República Checa (2). Com o contrato de R$ 7,2 bilhões anunciado ontem, as 28 unidades encomendas pela Força Aérea Brasileira mudaram de posição, passaram a ser pedidos firmes.Na classe das aeronaves de 20 a 25 toneladas de capacidade, o cenário internacional é favorável à Embraer Defesa e Segurança. A rigor, apenas o americano C-130J Hércules, atual líder de mercado, é um concorrente efetivo - embora leve 20 toneladas de carga, três a menos que o KC-390. O modelo chinês Y-9 está em estágio de desenvolvimento desconhecido. O Kawasaki atende, a princípio, apenas necessidades internas do Japão e o francês A-400M, da Airbus, é maior e bem mais caro, cotado na faixa de US$ 120 milhões cada, frente aos US$ 80 milhões estimados para o jato brasileiro que, aliás, não vai mais se chamar Amazonas. Inadvertidamente, a FAB batizou com esse nome o seu cargueiro médio C-295, fabricado na Espanha.

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