
24 de agosto de 2020 | 19h15
BRASÍLIA - O modelo do programa Renda Brasil apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi mal recebido no Congresso Nacional. Parlamentares cobram do governo um detalhamento da proposta e resistem à ideia de trocar o benefício pela extinção de programas como o abono salarial e a Farmácia Popular.
"Tenho uma preocupação muito grande de que a criação de um projeto de renda básica não signifique nenhuma perda de direito para a população", afirmou a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), ponderando que é preciso esperar a proposta do governo para avaliar se a troca de um programa por outros será benéfica.
“Com o fim do auxílio emergencial, não podemos ver milhões de pessoas entrando para a pobreza de braços cruzados. O trabalho da Frente Parlamentar em Defesa da Renda Básica, neste momento, é de realmente entender a proposta do governo, para que a gente possa construir algo que de fato seja bom para as pessoas”, disse a deputada
Conforme o Estadão antecipou, Guedes acenou com a concessão de um benefício médio de R$ 247 para o Renda Brasil, que vai substituir o Bolsa Família. O valor, no entanto, ainda pode ser maior, mas acabaria com programas sociais como o abono salarial e a Farmácia Popular.
No auxílio emergencial, o governo divulgou uma proposta de R$ 200 para informais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família enfrentarem a crise provocada pela covid-19. Quando o Congresso quis ampliar o valor para R$ 500, Bolsonaro deu ok para fechar em R$ 600.
Integrantes da frente parlamentar se reuniram com Guedes na última quinta-feira, 20. O Congresso Nacional avalia criar uma comissão de deputados e senadores para discutir o programa Renda Brasil. Seria um colegiado no mesmo formato da comissão mista da reforma tributária.
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