PUBLICIDADE

Publicidade

Um quarto do PIB de 2002 veio apenas de 9 cidades

Por Agencia Estado
Atualização:

Metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil veio de apenas 70 municípios e um quarto (25%) dele se originou em apenas nove cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Belo Horizonte, Duque de Caxias (RJ), Curitiba, Guarulhos (SP) e São José dos Campos (SP). Os dados, referentes a 2002, constam de pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A riqueza produzida pelo grupo dessas nove cidades naquele ano foi a mesma que a resultante da soma de outros 5.153 municípios (92,6% do total), onde vivem 43,3% da população nacional. Ou seja, uma parcela de 7,4% dos municípios brasileiros (407 de 5.560), onde vivem a maior parte dos brasileiros, geraram 75% do PIB do País. São Paulo, sozinha, responde por 10,4% do PIB nacional, mais que o dobro do PIB gerado pela segunda maior cidade, o Rio de Janeiro, com 4,7%. As duas juntas somam 15,1% do PIB brasileiro. Brasília (2,7%), Manaus (1,5%) e Belo Horizonte (1,4%) completam a lista das cidades que geram um quinto das riquezas nacionais. As outras quatro que completam os 25% do PIB, tem cada uma 1 ponto porcentual de participação no PIB. Essas nove cidades têm 15,2% da população brasileira. As 70 que geram metade do PIB têm um terço da população nacional. Os mais pobres Há 3.106 municípios que produziram, juntos, apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2002, sendo que, desses, 1.272 geraram apenas 1% do PIB. Esses 1.272 municípios tem apenas 3,7% da população nacional, enquanto no grupo de 3.106 vivem 14,3% dos brasileiros. Os municípios de menor PIB são Parari (PB), Lavandeira (TO), São Miguel da Baixa Grande (PI), Santo Antônio do Milagres (PI) e São Félix do Tocantins (TO), que somados, geraram 0,001% do PIB do País. Os 30 municípios de menor PIB da região Norte estão todos no Tocantins. Só o Mato Grosso do Sul não tem municípios em lista do mesmo tipo para a região Centro-Oeste. No Sudeste, os municípios mais pobres estão em Minas Gerais; no Nordeste, no Piauí e na Paraíba. No Sul, os três Estados tem municípios entre os 30 mais pobres da região. Maior concentração está no Sudeste A maior concentração do PIB dentro das regiões está no Sudeste. Do total de municípios da região, a riqueza gerada pelos 10% com maior PIB corresponde a 29,8 vezes (2.980%) a riqueza gerada, em conjunto, por metade dos municípios da região, os 50% de menor PIB. Sem São Paulo, essa diferença se reduz para 23 vezes ou 2.300%. No Norte, essa relação entre a riqueza gerada pelos 10% mais ricos e os 50% mais pobres é de 14,7 vezes. No Centro-Oeste, de 14 vezes; no Nordeste, de 11,9 vezes; e no Sul, menos desigual, de 9,2 vezes. Cai participação de São Paulo e Rio As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores do País, tiveram queda de participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 1999 para 2002: a de São Paulo, caiu de 11,6% em 1999 para 10,4%, em 2002, e a do Rio de Janeiro, passou de 5,6% para 4,7%. Esse foi um dos sinais de desconcentração mostrado pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que compara dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios de 1999 a 2002. Em 1999, 61 cidades respondiam por metade do PIB e em 2002 esse número tinha aumentado para 70 municípios. Uma parcela de 25% da riqueza nacional era gerado por sete cidades: além das duas maiores, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba e Porto Alegre, nessa ordem. Em 2002, para somar o mesmo porcentual de 25% do PIB já eram necessárias nove cidades, sendo que Porto Alegre saiu do ranking, onde entraram Duque de Caxias, Guarulhos e São José dos Campos. Com o crescimento de sua indústria e o recebimento de royalties pelo tráfego de gás natural de Urucu, Manaus passou a ser a quarta maior cidade geradora de riqueza e Belo Horizonte caiu para a quinta posição. Duque de Caxias (RJ) cresceu devido ao refino de petróleo da Petrobrás; Guarulhos (SP) por indústrias diversas, e São José dos Campos (SP) pelas exportações da Embraer. Os crescimentos econômicos acumulados no período pelas regiões Centro-Oeste (58,3%), Norte (56,5%) e Nordeste (42%) ficaram acima da média nacional, que foi de 37,4% , enquanto Sudeste, mais rico, cresceu 33%, abaixo da média, e o Sul ficou praticamente na média, com 37%. Por estados, o menor crescimento foi o de São Paulo, de 28,8%, enquanto o maior crescimento foi o de Roraima, de 82,1%. Estes números não consideram a inflação no período. Petrobras Entre as 10 cidades que tiveram os maiores PIBs por habitante do País em 2002, sete tem ligação com o petróleo e a Petrobras, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São Francisco do Conde (BA), primeira do ranking, e Paulínia (SP), oitava, tem refinarias da Petrobras e Triunfo (RS), a segunda, é sede de pólo petroquímico. Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras e Armação dos Búzios, todos no Rio, têm recebido muitos royalties de petróleo e gás natural e no ranking de renda per capita nacional ficam, respectivamente, nos 3º, 5º, 6º e 10º lugares. Em 4º lugar, Porto Real (RJ) cresceu com a indústria automobilística. Garruchos (RS) que saiu do 1091º lugar em 2000, para o 22º em 2001 e o 7º lugar em 2002, cresceu a partir da construção de duas unidades conversoras de energia elétrica importada da Argentina e que é posteriormente transmitida para Itá (SC). Luís Antonio (SP), em 9º, tem muitas usinas de álcool, refinarias de açúcar e fábricas de celulose e papel. As dez cidades com melhor crescimento industrial em 2002 dentre as que têm participação de pelo menos 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) têm ligação com o setor de petróleo e gás: Cabo Frio, Macaé, Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes, São Francisco do Conde, Triunfo, Duque de Caxias, Cubatão, Manaus e Camaçari Agropecuária Um grupo de 14 municípios se destaca na agropecuária ao gerar, em conjunto, 5% do total de valor adicionado pelo setor agropecuário em 2002. Dez deles são do interior paulista e produzem laranja, segundo dados do IBGE. O campeão em gerar riqueza no setor é Itápolis (SP), que responde por 0,6% do valor agregado na agropecuária. Em seguida vêm Mogi Guaçu, Casa Branca, Itapetininga, Bebedouro, Barretos e Olímpia, todos eles paulistas. Além desses, também estão na lista dos 14, mais três municípios de São Paulo que cultivam a laranja: Tambaú, Limeira e Pirassununga. Há quatro não paulistas no grupo dos que mais geram riqueza no setor: Petrolina (PE), Rio Verde (GO), São Félix do Xingu (PA) e Toledo (PR). Petrolina (PE), que, às margens do Rio São Francisco, é destaque na fruticultura, tem a maior produção nacional de goiaba e manga e a terceira maior de uva. Rio Verde (GO) produz grãos e também é forte na pecuária. São Félix do Xingu tem o maior rebanho bovino do Pará e é grande produtor de banana. Toledo tem aves, suínos e soja. Serviços No setor de serviços, as cidades de São Paulo, Rio e Brasília juntas garantem pouco mais de um quarto (25,7%) do valor adicionado no setor de serviços em todo o Brasil. Nesse setor, 41 cidades concentram metade do valor gerado no período. As capitais totalizam 39,8% do valor agregado em serviços.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.