
13 de março de 2014 | 02h08
Entre os analistas mais simpáticos ao governo, notou-se que o quadro industrial para 2014 está envolto em dúvidas e não há "demonstração cabal" de que a indústria começa bem o ano. Entre os mais críticos, predominou a avaliação de que o resultado de janeiro não indica que a indústria tenha iniciado uma recuperação sustentada e que o mais provável é que os números da produção industrial do primeiro trimestre não sejam animadores.
A indústria perdeu espaço no último triênio: de 10,47%, em 2010, a taxa de crescimento caiu para apenas 0,35%, em 2011; ficou negativa em 2,60%, em 2012; e avançou somente 1,20%, no ano passado. Se crescer 1,43% em 2014, como estimam os consultados para a pesquisa Focus, do Banco Central, será o quarto ano de estagnação do setor manufatureiro.
O comportamento da produção industrial tem oscilado muito, por causa das dificuldades do setor. E onde há crescimento, este depende de setores como o de transporte e o de combustíveis, cujas perspectivas também são incertas. Em fevereiro, por exemplo, as montadoras produziram mais do que em janeiro, mas as vendas foram menores. Os estoques aumentaram, o que onera as companhias do setor. A associação das montadoras (Anfavea) espera avanço nas vendas de apenas 1,1% neste ano, sobre 2013.
Na comparação entre os últimos 12 meses, até janeiro, com os 12 meses antecedentes, houve crescimento em 14 setores e declínio em 13 setores, inclusive alimentos, bebidas, fumo e vestuário - itens de consumo necessário. A produção farmacêutica caiu 11,1%.
O sopro positivo na indústria, em janeiro, poderá ser mero "fenômeno estatístico", temem especialistas. Juros em alta e inflação acima do centro da meta contribuem para as dificuldades da indústria.
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