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Um terço dos executivos prevê volta aos escritórios até dezembro, diz estudo

Entre os entrevistados pela KPMG, 30% disseram que a volta aos escritórios se dará, inicialmente, com no máximo de 15% a 30% dos profissionais

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - Um terço dos executivos de grandes empresas espera retomar o trabalho presencial nos escritórios de suas companhias entre setembro e dezembro, mostra levantamento inédito da consultoria KPMG. Conforme o estudo, 34,9% dos 722 executivos entrevistados preveem que o trabalho nos escritórios voltará aos padrões convencionais entre setembro e dezembro. Outros 21,05% preveem a volta para agosto.

Embora a maioria dos executivos trabalhe com a volta ao trabalho presencial neste segundo semestre, 9,42% disseram que só pretendem retornar em 2021, destacou André Coutinho, sócio-líder de Clientes e Mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul. Desde o início de maio, em torno de 8,8 milhões de trabalhadores vêm trabalhando remotamente, segundo uma nova pesquisa semanal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Escritórios de SP ficaram vazios logo no começo da pandemia, em março. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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A pesquisa da KPMG revela ainda que a volta ao normal não será de uma vez só. Quase um terço (30,33%) dos entrevistados disse que a volta aos escritórios se dará, inicialmente, com no máximo de 15% a 30% dos profissionais. Outros 16,07% afirmaram que será com no máximo 15% do pessoal. “Para quase metade das empresas, o retorno será com ate 30% do pessoal. Com esse fluxo, as empresas administram melhor, têm mais controle do acesso (ao escritório) e têm um processo de aprendizado”, disse Coutinho.

Na visão do sócio da KPMG, embora a ideia do trabalho remoto seja “sedutora” para as empresas, diante da possibilidade de cortar custos fixos com luz, água e até mesmo aluguel de espaço físico, a adoção generalizada do formato ainda está cercada de incertezas.

O “home office” poderá implicar prejuízos que ainda requerem tempo para serem avaliados, como o cansaço dos funcionários, a adaptação de processos e sistemas de tecnologia da informação, a dificuldade de reforçar a cultura corporativa e a falta da interação pessoal entre as equipes, disse Coutinho.

Mesmo assim, apenas 16,45% dos entrevistados pela KPMG avaliaram que o trabalho remoto diminuiu a produtividade dos funcionários em abril e maio. Para a metade (49,58%), a produtividade se manteve igual à do trabalho presencial. Outros 33,94% relataram ganhos de produtividade.

Coutinho acredita que o trabalho remoto será usado com cautela. Além de promover a volta aos escritórios gradualmente, as empresas também deverão optar por modelos em que os funcionários trabalham apenas alguns dias de casa.

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