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Uma agência que atende até padres

Filial temporária chega ao Largo da Batata

Por Marili Ribeiro
Atualização:

O padre Carlos Eduardo, da Igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat, está recebendo planos de marketing para potencializar a campanha do agasalho deste ano e, com isso, atrair moradores de seu entorno. Ele aceitou a ajuda dos jovens publicitários que o procuraram, porque admitiu estar preocupado com a perda de fiéis desde que o novo calçadão do Largo da Batata afastou um público que perambulava diariamente por ali.A reforma urbanística vivida nessa área do bairro de Pinheiros, em São Paulo, transformou o antigo camelódromo na confluência organizada de terminais de ônibus locais e intermunicipais. A geografia rejuvenescida da área degradada invoca novas atitudes. Os comerciantes e pequenos empresários se mostram assim receptivos às novidades trazidas pela presença da recém criada agência de propaganda nova/batata, projeto de "filial temporária" da nova S/B, comandada por Bob Vieira da Costa e Silvana Tinelli.O ponto de táxi do Largo, por exemplo, será o primeiro na categoria a ter uma página na rede social Facebook, na qual os usuários poderão se manifestar sobre os serviços. O tradicional Bar das Batidas - que, por sua localização bem atrás da igreja Monte Serrat, acabou mais conhecido por um apelido jocoso entre estudantes que frequentam a região - vai investir em mídia cruzada com os outros estabelecimentos do bairro e valorizar seu verdadeiro nome.Essas iniciativas são fruto do trabalho de 15 estagiários que por três meses serão orientados pelos profissionais da nova S/B. "Nossa aposta sempre foi desenvolver ações que gerem conhecimentos reais para nossa atuação no mercado", explica Vieira da Costa. "Em 2009, nós nos juntamos ao Ibope para escolher famílias de classe C que pudessem receber R$ 100 por mês, durante três meses, com o compromisso de relatar como gastariam esse dinheiro. Queríamos entender a vida prática desse consumidor."O atendimento in loco dos varejistas do Largo da Batata por estagiários, que são estudantes de comunicação e publicidade, é outra dessas iniciativas em busca de aprendizados que fujam aos padrões usuais da nova S/B. A inspiração foram as agências "pop up" - que abrem por período determinado - pelas grandes redes de agências globais para atender clientes pequenos em regiões comerciais de cidades como Londres e Madri. A diferença é que, por lá, esse trabalho é cobrado. Aqui é uma iniciativa bancada pela nova S/B ao custo de R$ 1 milhão."É um investimento no futuro. Não temos cultura para cobrar esse tipo de serviço", diz Vieira da Costa. Conhecimento de ferramentas de propaganda ainda é artigo de luxo para a maioria dos empresários de pequeno porte. Mas não há dúvida que a oportunidade desperta interesse. Em duas semanas de atividade, a nova/batata já contabiliza 18 clientes. Cidades como Rio de Janeiro e Curitiba já procuraram a agência interessadas em replicar a experiência.A seleção dos 15 estagiários responsáveis pelo projeto no Largo da Batata reuniu 563 candidatos.

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