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Uma empresa nas nuvens

Por Eduardo Andrade Carvalho
Atualização:

Na empresa em que sou sócio, temos usado praticamente só softwares on-demand - que você contrata por assinatura e acessa pela internet. Quase todos os sistemas que usamos são acessíveis de qualquer computador com conexão à internet. Não é preciso instalar quase nada nos nossos laptops. E o custo dos sistemas é quase todo variável: ou seja, depende do tamanho da operação, e não da complexidade da instalação do software. São sistemas que nos ajudam a trabalhar da forma como a gente gosta: com velocidade e sem perder a eficiência; às vezes longe fisicamente, mas com os objetivos alinhados. Paga-se pelo que é usado e não por horas de serviços que o fornecedor venha a nos empurrar. Nossa decisão em adotar esses sistemas foi natural. Quando esbarrávamos com um problema que exigia uma plataforma nova para apoiar a operação, a melhor opção foi constantemente a de um sistema que funcionasse em cloud-computing, ou computação nas nuvens: que significa que os dados da nossa empresa são arquivados e processados em algum banco de dados bem distante de onde trabalhamos. Precisávamos de um sistema de emails e calendários que fosse fácil de usar. Escolhemos o Google Apps, o pacote corporativo do Google. O sistema de email é igual ao Gmail, que já usávamos pessoalmente e é ótimo: agrupa as mensagens em conversas, tem o sistema de busca do Google e um design suave, agradável. O calendário é intuitivo, simples e ao mesmo tempo completo: tem até alertas de compromissos enviados por SMS. E o Google Apps vem com o GTalk, aquele chat do Gmail que é discreto e simpático. O pacote inclui também o Google Docs, em que você produz textos, planilhas, apresentações e sites. Usamos freqüentemente o Google Docs para montar pauta de reunião. Todo mundo pode colaborar dentro do mesmo arquivo, em vez de o organizador perder tempo consolidando a pauta. E a nossa intranet também está lá, montada dentro do Google Sites. Ah, e se isso importa: é de graça para empresas com até 100 usuários. Depois precisamos organizar os projetos que estávamos tocando. Um projeto é uma lista de tarefas com prazo e responsáveis por elas. O Basecamp tem isso e mais um pouco: também inclui um sistema de mensagens e arquiva documentos. O Basecamp é um anti-MS Project: menos gráficos e relatórios e mais comunicação e execução. Ele é incrivelmente direto e dá uma transparência à operação da empresa - com toda a informação do projeto disponível num mesmo lugar - que acelera a nossa produção em equipe. Temos também de gerenciar nosso relacionamento com fornecedores e corretores. Usamos, para isso, o Highrise, que é o CRM da 37 Signals, a empresa que desenvolveu o Basecamp. Tudo da 37 Signals é obsessivamente elegante e amigável: o layout é prático, é fácil achar seus contatos, adicionar notas no histórico, incluir tarefas ligadas a ele e atualizar os negócios que estão em andamento. E para gerenciar o relacionamento com clientes usamos o Salesforce. Ele é muito mais completo do que o Highrise, principalmente com relação a relatórios que, com relação a vendas, são fundamentais. Com poucos cliques é possível acompanhar o processo de venda de todos os clientes e o seu perfil. Emitimos na hora os mais variados relatórios. Também a navegação e a personalização são de uma praticidade impressionante. O Salesforce, aliás, recentemente lançou uma parceria com o Google: e agora temos o Google Apps em operação dentro da plataforma do Salesforce. Se você se preocupa com a segurança dessas ferramentas, vale lembrar que as gigantes General Electric e a Procter & Gamble também são usuárias do Google Apps. A TrasactTools, braço de tecnologia da Bolsa de NY, gerencia as suas atividades pelo Basecamp. Seth Godin, que sabe tudo sobre empreendedorismo e marketing, escreveu que lamenta o fato de o Highrise não existir quando ele gerenciava dezenas de pessoas. A Toyota e a Yamaha também gerenciam seus contratos com clientes pelo Salesforce. Acho que uma empresa tem de rodar com o pé no barro, mão na graxa e cabeça nas nuvens. Esse modelo cloud-computing tem nos ajudado a trabalhar assim. Eduardo Andrade Carvalho*, 28 anos, é formado em Administração de Empresas pela EAESP/Fundação Getúlio Vargas (FGV), sócio da incorporadora Sabiá Residencial e autor do blog http://ecarvalho.typepad.com.

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