28 de maio de 2021 | 08h30
A ligação da Bosch com a mobilidade é datada do século 19, quando a fabricante de sistemas para veículos, em 1896, desenvolveu a ignição do primeiro caminhão do mundo.
Mais de um século depois desse desenvolvimento, a Bosch se posiciona como uma das principais provedoras de soluções de mobilidade para a indústria automotiva no mundo. Um bom exemplo que comprova esse posicionamento é o seu envolvimento no e-Consórcio da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), que é uma proposta para fomentar a eletrificação de veículos comerciais no Brasil. Por meio desse sistema, a engenharia brasileira lidera uma proposta de eletrificação inédita.
Por meio do e-Consórcio, os sete sistemistas envolvidos participam com a VWCO do desenvolvimento do ecossistema do caminhão elétrico. E isso engloba projeto e desenvolvimento do produto, fornecimento de infraestrutura – que envolve recarga de baterias e seu descarte –, bem como manutenção do veículo. Logo, esse modelo de negócio poderá perpetuar futuros lançamentos de caminhões e ônibus elétricos, além de servir de inspiração para demais indústrias do mundo.
Gerente de Novos Negócios em Eletromobilidade da Bosch, Alexandre Uchimura explica que no e-Consórcio a Bosch é fornecedora da unidade de comando, ou seja, a maioria dos sistemas de gerenciamento eletrônico específicos para o caminhão elétrico é desenvolvida pela marca. Trata-se de sistemas mais robustos, uma vez que exigem mais conexão com vários outros componentes do caminhão.
Esse foi o tema debatido no painel “Engenharia brasileira lidera uma nova proposta de eletrificação para o mundo”, realizado no primeiro dia do Summit Mobilidade Urbana 2021, que teve como convidado, além de Uchimura, Rodrigo de Oliveira Chaves, vice-presidente de Engenharia/CTO da VWCO.
Interatividade, conectividade e automação
Como provedora de soluções, a engenharia da Bosch tem o papel de identificar as reais necessidades da mobilidade e, dessa forma, desenvolvê-las e torná-las viáveis. Contudo, além da eletrificação veicular, a Bosch está à frente quando o assunto é conectividade e automação. Até mesmo porque essas três tecnologias interagem como um meio de facilitar a mobilidade.
Nesse sentido, a Bosch também está mirando a internet das coisas (IoT) ou interconexão digital. E esses desenvolvimentos não estão relacionados apenas aos sistemas veiculares, mas dentro de toda linha de produtos da sistemista.
Alexandre Uchimura acredita que a tecnologia vai ajudar a melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos. Ele se baseia em dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que mostram que 54% da população vive nas cidades e que, até 2050, esse número subirá para 60%. “Não é só a eletrificação que reduzirá as emissões CO2. A conectividade dará mais informação para melhorar a qualidade de vida de quem circula pelo centro urbano”, diz, citando exemplos como receber informações para trajetos mais inteligentes e, assim, realizar um transporte mais eficiente.
“Seguindo essa tendência, a unidade de comando desenvolvida pela Bosch para o caminhão e-Delivery está sendo preparada para ser conectada. Ela grava informações em nuvem e, portanto, fornece mais dados para otimizar rotas e avisar sobre manutenções preditivas ou preventivas, entre outras coisas que permitirão melhorar a mobilidade urbana”, explica Uchimura.
“A tecnologia faz com que, dentro do veículo, haja sistemas que forneçam mais dados que são possíveis de monitorar e fazer uma melhor gestão, por meio da inteligência artificial. Hoje envolvemos a conectividade e a automação, e em breve vamos falar de outras tendências, como serviços personalizados e compartilhamentos”, explica o gerente de Novos Negócios da Bosch.
No entanto, para que a interatividade se torne uma realidade de fato, ou seja, para ser possível que sistemas de um automóvel interajam com semáforo, por exemplo, tem de haver infraestrutura. E o e-Consórcio tem papel fundamental nesse sentido, já que vai fornecer ao cliente a infraestrutura de abastecimento. Além disso, a Bosch é fornecedora de sensores que leem a faixa, bem como a placa nas vias. Assim, essas inovações permitem também que a infraestrutura evolua, tornando-se mais inteligente.
Desenvolvimento de célula de combustível
A Bosch trabalha no desenvolvimento da tecnologia de célula de combustível, ou solid oxid fuel cell (SOFC), e busca o etanol como uma das bases da matriz energética. A molécula do hidrogênio do etanol é utilizada para gerar energia.
A sistemista está investindo tanto em célula a combustível para veículos como em células estacionárias, e já planeja iniciar produção em larga escala de estações de energia distribuídas com base na tecnologia de células a combustível de óxido sólido. Para isso, a marca está investindo cerca de 1 bilhão de euros entre 2021 e 2024.
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