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Uma nova queda da confiança da indústria

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Por Redação
Atualização:

A situação atual e as expectativas dos empresários da indústria terminaram mal em 2014. Era o esperado, mas a realidade ficou um pouco abaixo das projeções mais recentes, segundo os levantamentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).Após duas altas consecutivas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) voltou a cair (1,5% em dezembro), em relação a novembro, recuo que superou a prévia da sondagem, que apontava para -0,8%. A queda no Índice de Situação Atual (ISA) foi mais forte do que no Índice de Expectativa (IE) - o ISA e o IE compõem o ICI -, mostrando que o pessimismo com relação à situação futura é ligeiramente menor do que com a atual.O ICI de dezembro registrou 84,3 pontos, com diminuição de 15,6 pontos ou 16,4% em relação a dezembro de 2013, com ajuste sazonal. No mês, o ISA caiu 2,2%, enquanto o IE diminuiu 0,9%, em 84,6 pontos.Em todos os dados se constata que a média histórica recente, relativa aos últimos 60 meses, não foi alcançada em nenhum dos últimos 18 meses, desde julho de 2013. A média histórica do ICI é de 103,2 pontos, ou seja, 18,3% superior ao ICI registrado em dezembro.A indústria padece com a falta de demanda interna, decorrente da competitividade insatisfatória em relação aos produtos importados, da baixa produtividade influenciada pelo custo da mão de obra e de obstáculos de ordem tributária, logística e, mais recentemente, creditícia. O nível de utilização da capacidade caiu 1,4 ponto porcentual entre novembro e dezembro, atingindo 81,3%, menor patamar desde agosto de 2009.As indústrias sem acesso ao crédito subsidiado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagam caro pelos empréstimos. E, quando evitam tomar os recursos, restringem seus negócios por falta de capital de giro ou destinado a investimento.Os indicadores da FGV revelam que a proporção de empresas que pretendem aumentar a produção nos próximos três meses caiu de 35% para 32,4%, enquanto a daquelas que esperam reduzir a produção aumentou de 20,3% para 23%.Os setores mais pressionados são os de bens de consumo não duráveis e construção civil, mas, em geral, "os indicadores de todos os segmentos continuam muito abaixo de 100", segundo a consultoria LCA.O ambiente continua, em resumo, pouco favorável à indústria, ainda que ocorra alguma recuperação.

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