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União Européia melhorará ofertas em Doha se EUA o fizer

O anúncio faz parte de posições próximas às propostas pelo Grupo dos 20 (G20, países em desenvolvimento)

Por Agencia Estado
Atualização:

O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, disse nesta quinta-feira que a União Européia (UE) está disposta a melhorar suas ofertas em agricultura e bens industriais se os Estados Unidos fizerem "movimentos verdadeiramente significativos". O anúncio faz parte de posições próximas às propostas pelo Grupo dos 20 (G20, países em desenvolvimento). Mandelson participa, junto à comissária européia de Agricultura, Mariann Fischer Boel, da reunião informal que a Organização Mundial do Comércio (OMC) realiza em Genebra até domingo, como forma de desbloquear as reuniões da Rodada de Desenvolvimento de Doha. Os ministros de Comércio e de Agricultura da UE realizaram nesta quinta, em Genebra, um Conselho Geral, sob a Presidência do ministro austríaco de Economia, Martin Bartenstein. "Queremos resultados bem-sucedidos nos próximos dias", indicou Mandelson, que é o principal negociador da UE, ao término desse Conselho Geral. "Não teremos êxito se os negociadores ficarem em suas trincheiras", acrescentou. Convocação O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, convocou até domingo os representantes de Comércio da OMC para tentar desbloquear as negociações que buscam determinar os números e fórmulas para a aplicação de cortes tarifários às importações de bens agrícolas e industriais. Lamy disse na quarta-feira que com esta reunião os países "estão no momento da verdade", e "já não se pode mais prolongar as decisões". "Se o fizerem, porão em risco todo o projeto", afirmou. Doha Os 149 países da OMC negociam há quase cinco anos a Rodada de Doha, que procura aprofundar a liberalização dos intercâmbios comerciais em agricultura, indústria e serviços, e que os principais beneficiários sejam os países em desenvolvimento. Os países em desenvolvimento, liderados pelo G20, liderado pelo Brasil, põem toda sua pressão em obter dos Estados Unidos e da UE uma maior redução dos subsídios internos à agricultura e mais acesso a seus mercados agrícolas, respectivamente. Washington e Bruxelas pedem mais acesso aos mercados industriais das economias emergentes, algo que estas não estão dispostas a fazer sem conseguir suas demandas. "A UE está preparada para movimentar-se nestas negociações se os outros também estiverem dispostos a fazê-lo. Esses movimentos requerem novos fluxos comerciais em todos os setores, e implicam verdadeiros cortes tarifários e reduções dos subsídios domésticos", indicou Mandelson. Ele acrescentou que a posição da UE não se trata só de defender os legítimos interesses europeus. "Não os sacrificaremos. Há milhares de trabalhos em jogo", destacou. Por sua parte, a comissária de Agricultura assinalou que se os 25 "verem que há uma vontade significativa para contribuir para um resultado positivo", o bloco também o fará. "As ofertas cosméticas não são suficientes. Queremos cortes reais em subsídios internos (aos agricultores) por parte dos EUA", assinalou.

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