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União não tem recursos para resolver o déficit de infraestrutura do País, diz Dyogo

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou, durante o Fórum Estadão que discute infraestrutura, que a estratégia do governo é estimular o investimento privado para resolver os problemas do setor'

Foto do author Thaís Barcellos
Por Thaís Barcellos (Broadcast) e Caio Rinaldi
Atualização:

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que os recursos da União não são suficientes para atacar todo o déficit que o País tem na área de infraestrutura. Dyogo discursou durante o evento Fóruns Estadão, que, na edição realizada nesta quarta-feira, 13, teve como tema o setor de infraestrutura.

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+ 'Infraestrutura foi atingida por um tsunami com a crise econômica'

Por isso, o ministro afirmou que a estratégia do governo é estimular o investimento privado. Ele citou, por exemplo, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que, segundo ele, já trouxe R$ 30 bilhões em outorgas. As concessões realizadas até o momento, completa Dyogo, representam R$ 69 bilhões de investimento em infraestrutura ou mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro acrescentou que os 89 projetos em carteira significam R$ 103 bilhões em investimento.

O ministro do Planejamento ressaltou que, caso a reforma da Previdência seja aprovada, vai abrir espaço para o PIB crescer em torno de 3,5% Foto: Andressa Anholete/AFP

Sob a ótica do investimento externo, Dyogo afirmou que o País recebeu US$ 82 bilhões de investimento nos últimos 12 meses. "Grandes empresas estão atuando e ganhando vários projetos. Grandes operadores estão vindo para cá, porque sabem que é a melhor aposta. Continuaremos a ter um fluxo grande de capital em infraestrutura", sustentou. Dyogo ainda disse que a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) foi uma das ações para estimular a participação do capital privado no investimento em infraestrutura. Além disso, com a queda de juros, Dyogo estimou que os fundos de equity e de pensão devem procurar projetos em infraestrutura para investir. "O BNDES vai continuar investindo em infraestrutura, mas mais como promotor do que como financiador exclusivo", completou. O ministro ainda comentou que os Estados têm avançado nos projetos de concessão e que o governo também tem auxiliado os municípios para que possam aumentar o espaço da participação privada em investimentos em infraestrutura.

Prêmio pelas reformas. Dyogo Oliveira também disse que a recuperação da economia brasileira, como tem sido vista nos últimos dados, tem possibilitado um ambiente de maior otimismo e gerado um "prêmio de reformas". Segundo ele, baseado na situação econômica atual, os indicadores, como o risco País, deveriam estar piores, mas há percepção de investidores e agentes de que as reformas serão aprovadas, principalmente a Previdência, a qual, segundo ele, o governo segue empenhado.

+ Entenda: o que é o PIB e como ele é calculado? Ele citou os bons resultados econômicos, como a geração de empregos, a saída da recessão, a inflação em níveis baixos, o menor juro básico da economia desde o início de metas e a retomada do crédito. Para a continuidade desse processo, Dyogo reforçou que é necessário avanço na agenda de reformas.

Previdência.  O ministro do Planejamento ressaltou ainda que, caso a reforma da Previdência seja aprovada, vai abrir espaço para o Brasil crescer em torno de 3,5%. Mas, se as mudanças na aposentadoria não forem feitas, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ficará em cerca de 1% a 1,5% ao ano. Segundo ele, o gasto público brasileiro em Previdência, de 57% do orçamento, está muito longe do padrão internacional, em que o normal é essa despesa atingir entre 20% e 25%. "Ninguém colocaria 57% em Previdência", disse. "Precisamos recompor orçamento público para ter recursos para prioridades", completou.

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