Sempre mantive meus investimentos em renda fixa. No ano passado, com a queda de juros, entendi que deveria ir para ações para ter algum ganho. Mas a Bolsa ‘derreteu’. O que faço agora?
A única coisa racional a ser feita neste momento é manter a posição. É uma situação difícil e qualquer resposta pode ser considerada inconveniente, porque o bolso de cada um de nós está sendo atingindo e muitas poupanças estão virando pó. O pânico bateu em todos os mercados. A única certeza que temos é que o sobe e desce dos mercados vai continuar. Mas vamos colocar a coisas em perspectiva apenas para tentar mostrar que agir de maneira emocional neste momento pode levar a maiores perdas do que o necessário.
Muita gente olha os índices das Bolsas e toma a decisão de vender porque está perdendo, mas, mesmo que isso seja verdade, você está medindo o tamanho efetivo de sua perda? Lembre-se que qualquer índice é um resultado médio ponderado, e não necessariamente é espelho de seus investimentos.
No caso de alguém que tenha investido no mercado de ações no primeiro dia útil de 2019 e estava no mercado até o dia 11 deste mês, a queda acumulada do Ibovespa foi de 6,4%. Mas, se nesse período estava investido na Petrobrás, teria perda de quase 38%, enquanto se tivesse ações da Renner teria tido um ganho de mais de 20%. Para poder analisar mais adequadamente os seus resultados, você deve comparar a rentabilidade média ponderada de sua carteira com algum índice de mercado.
Por exemplo, o CDI, que no acumulado de 2019 até fevereiro de 2020, teve uma rentabilidade de 6,67%. Algo também muito importante a considerar é a distinção entre perda econômica e perda financeiro. A cotação cair gera perda econômica que pode ser recuperada no futuro, mas vender as suas ações na baixa significa perda financeira e esta é definitiva no seu bolso, não se recupera mais. Só faça isso considerando uma estratégia bem clara dentro de seu planejamento financeiro ou caso você esteja precisando de dinheiro e não tenha outra solução a não ser vender ações.
Sou portador de moléstia grave e já tenho idade avançada. Dentre as minhas aplicações, tenho PGBL e VGBL. Mas não entendo por que o banco não desconta IR do PGBL, mas no VGBL ele faz desconto na fonte. O banco não está errado, infelizmente. Por uma questão de definição técnica, o Fisco faz uma leitura ao pé da letra da regra e dá a isenção aos detentores de moléstia grave no PGBL, e não no VGBL. Como declara a Receita, o VGBL a rigor não é um plano de previdência complementar, mas, sim, enquadra-se no ramo de seguro de pessoas.
Para melhor entendimento, o manual do Fisco sobre o IR informa que a pessoa portadora de doença grave é isenta de tributo sobre a renda oriunda de complementação de aposentadoria, reforma ou pensão recebida de entidade de previdência privada, Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) ou PGBL e os valores recebidos a título de pensão em cumprimento de acordo ou decisão judicial ou ainda por escritura pública.
Em outros termos, somente planos de previdência e quando do recebimento mensal de benefício para complemento de renda podem usufruir da isenção. Os rendimentos oriundos do VGBL estão sujeitos ao imposto sobre a renda, na fonte e na declaração de ajuste anual. Note que no caso de resgate de saldo, mesmo no PGBL, não há isenção porque os resgates não são assemelhados ao benefício recebido da Previdência Social.