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Unica descarta desabastecimento de etanol no País

Por Eduardo Magossi
Atualização:

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) descartou hoje, em nota, o desabastecimento de etanol no Brasil. Apesar das dificuldades causadas pelas chuvas, a conseqüente não-moagem de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e uma queda na qualidade da cana colhida da ordem de 10 quilos por tonelada em relação ao ano passado, o volume de etanol produzido foi suficiente para abastecer o período de transição da safra 2007/08 para a 2008/09. Dificuldades pontuais envolvendo a disponibilidade de etanol, relatadas por alguns revendedores, foram causadas por questões essencialmente logísticas, envolvendo principalmente distribuidoras que trabalham com estoques operacionais mínimos. "Apenas dez distribuidoras concentram cerca de 75% da distribuição nacional de etanol e muitas retardam suas compras no início da safra, na expectativa de capitalizar sobre preços baixos, em função da retomada de produção. Com os problemas causados pelas condições climáticas, este início de safra trouxe menos volume e pegou algumas distribuidoras com estoques muito baixos", explica o diretor técnico da Unica, Antonio Pádua Rodrigues, em nota da entidade. Após as dificuldades iniciais por causa das chuvas, a produção segue dentro das expectativas para a safra 2008/09, e não há qualquer perspectiva de desabastecimento ou falta de etanol em qualquer ponto do País. A demanda continua aquecida, e os preços para o consumidor permanecem competitivos com relação à gasolina em boa parte do território nacional, mesmo considerando-se a taxa elevada de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrada sobre o etanol por vários Estados. "Em mais de 80% do mercado brasileiro, o preço do litro de etanol está abaixo de 65% do preço do litro da gasolina," conclui Antonio de Pádua Rodrigues. Produção Da cana-de-açúcar colhida neste início da safra 2008/09 da região centro-sul do Brasil, 67% foi direcionada para a produção de etanol, contra 33% para açúcar, segundo divulgou a Unica em seu primeiro boletim de produção para a atual safra. Tradicionalmente, o chamado mix de produção fica em torno de 50% para cada subproduto da cana. Segundo a entidade, o direcionamento maior da cana para o álcool garantiu uma produção de etanol superior à registrada nos meses de março e abril da safra do ano passado. Segundo o diretor técnico da Unica, a estratégia incomum foi adotada pelas empresas em parte para compensar as dificuldades causadas pelas chuvas, que nos meses de março e abril geraram uma perda de 30% no aproveitamento do tempo para as usinas da região.

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