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Unipar pode ser sócio privado da Petrobras

A estatal confirmou que um novo sócio deverá entrar na composição acionária futuramente, mas não quis confirmar o nome da empresa

Por Kelly Lima e da Agência Estado
Atualização:

A Unipar pode ser o sócio privado da Petrobras na aquisição da Suzano Petroquímica, informou uma fonte do setor. A estatal confirmou nesta sexta-feira, 3, que um novo sócio deverá entrar na composição acionária futuramente, mas não quis confirmar o nome da empresa. Um negócio direto entre Unipar e Suzano esbarra em impedimentos do acordo de acionistas da Rio Polímeros (Riopol), onde as duas companhias são majoritárias, com um terço das ações cada uma.    Petrobras paga R$ 2,1 bi por 76,1% da Suzano Petroquímica   A possibilidade de uma triangulação entre Petrobras e Unipar na compra da Suzano já estava sendo aventada nos bastidores do setor há pelo menos dois meses, quando a Unipar adquiriu parte das ações da PQU. A compra foi tida pelo mercado como o primeiro passo rumo ao rearranjo do setor petroquímico na região Sudeste.   O primeiro rumor nesse sentido surgiu indicando que a Unipar compraria a Suzano Petroquímica em parceria com a Petrobras. Mas, segundo analistas, isso seria impraticável por causa de uma cláusula do acordo de acionistas da Riopol. Pelo contrato, as duas empresas pactuaram que uma não compraria o controle da outra, para não prejudicar os demais sócios. No negócio estão, também, Petrobras e BNDES, que dividem o terço restante do controle acionário. Essa cláusula, porém, não foi confirmada oficialmente pela Riopol.   Um drible no contrato   Segundo o analista Nelson Rodrigues de Matos, do Banco do Brasil Investimentos, a cláusula justificaria a decisão da Petrobras de comprar a Suzano sozinha para, posteriormente chamar a Unipar como parceira. "Seria um drible no acordo de acionistas e uma forma de a Petrobrás assumir de uma vez o controle da Riopol", avaliou.   Há pelo menos dois anos, também já circulavam informações no mercado de uma negociação direta da Petrobras para adquirir a participação do BNDES na companhia.   "Em parceria com a Unipar, e controlando a Suzano, a Petrobras consolida sua posição como um forte player no Sudeste e passa a disputar o mercado com a Braskem, já que a empresa adquirida possui ativos de polipropileno e a Unipar, de polietileno."   Com isso, diz o analista, a estatal consegue promover o que vinha chamando de reestruturação do setor petroquímico na região Sudeste, e que vai se consolidar com a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).   O analista lembra ainda que, por ser fornecedora da matéria-prima, a Petrobras dá às duas empresas (Suzano e Unipar) a força que faltava a elas para que possam competir nesse mercado, impedindo que a Braskem atue majoritariamente.

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