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Usiminas cobra R$ 500 mil de três executivos destituídos

Vice-presidente de RH quer que os ex-diretores devolvam bônus que teria sido recebidos de forma irregular

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O atual vice-presidente de Recursos Humanos da Usiminas, Aloisio Macário, enviou carta aos três ex-diretores da siderúrgica mineira, incluindo o diretor-presidente Julián Eguren, cobrando, em conjunto, cerca de R$ 500 mil, referente a bônus que teria sido recebido de forma irregular. A carta, enviada no dia 8 deste mês, e que dava dez dias úteis para a "devolução", foi respondida hoje pelos executivos, que negaram os valores devidos. Eguren diz, na carta que enviou em resposta, que todos os recebimentos em questão foram pagos pelo RH da Usiminas na época e levantou, ainda, que tem valores a receber anteriores a sua destituição. Além disso, voltou a dizer que as destituições foram "ilegítimas". O recebimento de bônus que teria sido pagos de forma irregular foi a razão para a destituição dos três executivos no fim de setembro, em reunião que provocou um racha no conselho de administração. Eles haviam sido indicados pela Ternium, que ao lado a japonesa Nippon Steel, controla a Usiminas. Macário, hoje vice-presidente de RH, foi conselheiro por dois mandatos e desde outubro do ano passado ocupa o cargo executivo no lugar de Vanderlei Schiller, que foi demitido logo após a destituição de três diretores. A razão apontada para a demissão de Schiller foi exatamente o pagamento do bônus.

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Do contra.

A nomeação de Macário dividiu o alto escalão da companhia mineira. Conforme noticiou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, na semana passada. Em reunião realizada em novembro, os diretores vice-presidentes da companhia registraram em ata a posição contrária à nomeação, que já havia sido efetivada semanas antes pelo diretor-presidente, Rômel Erwin de Souza, conforme documentos obtidos pela reportagem. Só adotou postura favorável à escolha o executivo responsável pelo Planejamento Corporativo, Nobuhiko Takamatsu.

A decisão pela destituição dos três executivos foi tomada em reunião do conselho de administração que provocou um racha no grupo e, segundo a Nippon Steel, foi motivada porque os executivos teriam recebido bônus de forma irregular.

A Ternium refuta e diz que a Nippon desrespeitou o acordo de acionistas, que prevê a necessidade de consenso em decisões como essa. Além de Schiller, apurou o Broadcast, Robson Lodi, gerente-geral de Remuneração e Desenvolvimento Organizacional da Usiminas, foi demitido pouco tempo depois.

A briga societária entre Nippon e Ternium se tornou pública após reunião do conselho de administração da Usiminas que culminou na destituição de três de seus principais executivos.

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De acordo com ata desse encontro, em setembro, os conselheiros Paulo Penido Pinto Marques (presidente), Eiji Hashimoto, Fumihiko Wada, Marcelo Gasparino da Silva e Wanderley Rezende de Souza (Previ) "votaram pela destituição imediata dos diretores Julián Alberto Eguren, Marcelo Rodolfo Chara e Paolo Felice Bassetti de seus cargos".

Do outro lado, os conselheiros Daniel Agustín Novegil, Roberto Caiuby Vidigal, Alcides José Morgante, Rita Rebelo Horta de Assis Fonseca e José Oscar Costa de Andrade (os dois últimos da Previdência Usiminas), "tendo em vista a ausência de resolução na Reunião Prévia dos membros do Bloco de Controle, votaram contrariamente a qualquer deliberação".

Diante do empate, o presidente do conselho exerceu o voto de Minerva aprovando, assim, a destituição.

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