PUBLICIDADE

Publicidade

Usiminas compra fabricante de tubos

Com aquisição da Zamprogna, grupo passa a atuar em nova área

Por Paula Pacheco
Atualização:

A Usiminas anunciou ontem a compra, por R$ 160 milhões, da gaúcha Zamprogna, distribuidora de aço e fabricante de tubos. Para analistas, a aquisição sinaliza dois movimentos significativos da empresa: melhorou a distribuição de seus produtos e deu um passo importante na direção da área de petróleo. Segundo os analistas, a aquisição da companhia, que atua principalmente no Rio Grande do Sul, permitirá a Usiminas ter uma operação de distribuição na região. Até agora, a CSN e a Gerdau exploravam praticamente sozinhas o território gaúcho. A outra mudança é que a companhia passa a atuar no segmento de tubos de aço com costura. O produto é usado, por exemplo, pela indústria de petróleo. Segundo o analista de um grande banco, que preferiu não se identificar, o objetivo da Usiminas é se preparar para ser uma das fornecedoras da Petrobrás quando começarem as operações de exploração de petróleo na área do pré-sal. "O valor da aquisição não é tão significativo, mas demonstra que a empresa passou a ser menos conservadora e mais agressiva. Neste caso, a Usiminas deixou para trás ArcelorMittal, CSN e Gerdau", diz. O bloco de controle da Usiminas é composto pela Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa e Vale. A mudança de estilo na Usiminas era esperada desde a chegada de Marco Antônio Castello Branco, em abril. Ele assumiu a presidência em junho, no lugar de Rinaldo Campo Soares, que ficou por 18 anos no comando da companhia. Castello Branco fazia parte da direção da multinacional francesa de tubos Vallourec, na França, e era o único estrangeiro no comitê executivo da empresa. O executivo respondia pela área de tubos de aço laminados a quente. A Zamprogna é uma das maiores fabricantes independentes de tubos de aço com costura do País. No ano passado, ela processou 270 mil toneladas. O volume é pequeno se comparado ao que é produzido pelo grupo Usiminas - em 2008, a previsão é de 7 milhões de toneladas de aço -, mas, nesse caso, a quantidade é o que menos pesou no negócio. A compra foi feita de olho em uma nova área de atuação e na possibilidade de melhorar a distribuição da companhia mineira. Pedro Galdi, analista da corretora SLW, considera importante o fato de a Usiminas agregar mais um produto ao portfólio. "São tempos difíceis para as siderúrgicas como um todo. A retração desse mercado no exterior começou em junho e no Brasil os reflexos passaram a ser sentidos a partir de outubro. Pode ser a oportunidade de comprar ativos pequenos e, mais para frente, conseguir negócios mais expressivos em mercados que passam por dificuldades, como o americano e o europeu", diz. As ações da Usiminas chegaram a subir 3,5% quando a aquisição foi anunciada, mas fecharam o dia em alta de 0,4%. No mês, os papéis tiveram uma alta de 22,4%, mas no ano a queda acumulada é de 45,8%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.