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Usina da Cosan nega pagar piso salarial e greve continua

A Polícia teve que intervir nesta sexta para evitar tumultos na usina Gasa, de Andradina, no interior de São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Num dia tenso, em que a Polícia Militar teve de intervir para evitar tumultos, sindicalistas e diretores da usina Gasa, de Andradina, no interior de São Paulo, não entraram em acordo sobre a greve dos 1,2 mil cortadores de cana. Depois de quatro horas de reunião, na tarde desta sexta-feira, a direção da usina se comprometeu somente em não descontar os dias parados e encerrou as negociações. Na manhã deste sábado uma nova assembléia, com todos os trabalhadores, deverá decidir sobre o futuro do movimento. No final da tarde desta sexta, parte dos trabalhadores decidiu não aceitar a proposta da usina. A usina não retrocedeu na proposta de salário de R$ 422,00 e de R$ 2,44 a tonelada aos trabalhadores que recebem por produção. Os trabalhadores pedem equiparação com outras usinas do estado, que estão pagando piso de R$ 470,00 e R$ 2,85 a tonelada. A reunião foi feita depois que a PM entrou em alerta para prevenir tumultos. Viaturas da PM e da Polícia Rodoviária foram para frente da usina para impedir piquetes como os de quinta-feira, quando centenas de trabalhadores bloquearam a passagem de veículos no local. Mil e duzentos trabalhadores rurais entraram em greve na terça-feira, 12, por melhores salários. Eles paralisaram o corte e o plantio da cana das roças da usina e dos arrendatários. A usina se mantém apenas com a cana da colheita mecanizada, que representa menos de 30% do total da matéria-prima. A situação ficou tensa porque a usina conseguiu na Justiça liminar proibindo os sindicalistas de entrar nas propriedades da empresa e ainda boicotou o movimento grevista ao não ceder mais os ônibus para o transporte dos trabalhadores. A usina também tinha desistido das rodadas de negociações, mas depois recuou e enviou um representante para a reunião que aconteceu no período da tarde. O controlador da usina, o grupo Cosan, é o mais rico e influente do setor sucroalcooleiro, com 17 usinas e faturamento superior a R$ 2,5 bilhões por safra. Os trabalhadores alegam que o salário de R$ 401,00 e a tonelada de R$ 2,39, pagos pela Cosan, são os menores do estado de São Paulo. A empresa negou a informação e informou que as negociações para se estabelecer novo piso estão em andamento.

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