24 de abril de 2010 | 00h00
Por conta de mais essa vantagem levantada por um técnico da Eletrobrás, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, disse ontem ao Estado não ter dúvida de que a usina será construída com lucro. "Vamos fazer esta obra com taxa de retorno superior a 10%", afirmou.
Muniz, como técnico do setor, está envolvido com os projetos de construção de Belo Monte há 25 anos.
Os técnicos da Eletrobrás consideram a usina estratégica porque vai funcionar como uma espécie de "usina de equilíbrio" do sistema energético brasileiro. O que propicia essa otimização é a diferença do regime de águas dos rios brasileiros. O São Francisco e os rios que alimentam Itaipu têm vazão máxima em fevereiro/março, e o Xingu, em que será construída Belo Monte, em abril/maio. Quando a vazão do Xingu estiver subindo, a usina vai operar com sua capacidade máxima de geração e ceder o excedente - o que permite que as outras usinas estoquem água para uso futuro.
Um técnico do Ministério de Minas e Energia explica que os estudos de Furnas e da Eletrosul, considerando inviável fazer Belo Monte com uma tarifa de R$ 83 reais, foram feitos em meio à negociação, partindo de premissas equivocadas, como um custo de construção superfaturado e sem computar facilidades como isenção de 75% do Imposto de Renda e as condições especiais de financiamento.
O BNDES vai financiar 80% da obra e ainda dilatou o prazo de pagamento para 30 anos, com juros subsidiados. As empresas partiram de um preço de R$ 28,5 bilhões, mas o governo não tem dúvida de que será possível realizar a obra com os R$ 19,5 bilhões previstos na proposta do consórcio vencedor, que baixou a tarifa para R$ 77,97.
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