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Usinas de álcool querem reter e exportar 1 bilhão de litros

Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo de usinas que pretende reunir 80% do setor em São Paulo anunciou a criação da Ethanol Trading, corretora que pretende reter pelo menos 1 bilhão de litros de álcool anidro nas unidades para ser exportado pela nova empresa. Segundo o empresário Luiz Guilherme Zancaner, um dos articuladores da trading, três reuniões já foram feitas na última semana com usineiros paulistas em - Catanduva, Araçatuba e Sertãozinho. O grupo volta a discutir o assunto amanhã, em São Paulo. O volume a ser retirado do mercado deve ficar perto do estoque de passagem que as usinas do Centro-Sul brasileiro terão, estimado em 1,5 bilhão de litros em 1º de maio, início oficial da safra 2004/2005. A capital paulista será a sede da nova trading e o ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Roberto Gianetti da Fonseca ocupará a superintendência da Ethanol Trading. "Ele é um executivo com uma larga experiência no mercado internacional e terá a função de buscar mercados para o álcool. Terá uma equipe para isso e ganhos com o desempenho", afirmou Zancaner. Além de tentar exportar o álcool combustível, os usineiros paulistas tentam recuperar o preço do produto. Na última semana, os preços do anidro e do hidratado, segundo o indicador Cepea/Esalq, foram os menores dos últimos dois anos e sete meses. O litro do hidratado foi comercializado a um preço médio da R$ 0,37151 e o do anidro a R$ 0,42728, os menores preços desde julho de 2002. "Só as reuniões que nós fizemos no final da semana foram suficientes para que o preço reagisse um pouco. Psicologicamente, o mercado já reagiu e essa será e tendência da próxima semana com os novos encontros", avaliou Zancaner. Ele trabalha para que a Ethanol Trading seja oficializada durante a abertura da 2ª Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira (Feicana), no próximo dia 9 de março, em Araçatuba, com a presença do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. A notícia da nova trading trouxe um reação positiva do diretor do Departamento de Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan Filho. "É uma necessidade para ajudar na negociação do álcool, que tem um mercado agressivo. A trading cria um novo espaço para a concorrência", disse Bressan Filho. Já o usineiro Maurílio Biagi Filho, presidente das usinas Cevasa e Moema, disse que a trading seria uma saída a médio e longo prazo e que ela "só vai sair porque houve esse susto agora". Ele voltou a defender um aumento no percentual do álcool anidro na gasolina, hoje em 25% e o início da mistura no diesel como soluções para um curto prazo.

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