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Usinas terão metas para reservatórios

Nível da água não pode ficar abaixo de 53% no Nordeste e Centro-Oeste

Por Leonardo Goy
Atualização:

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou ontem metas para os níveis que os reservatórios das principais hidrelétricas do País deverão apresentar no fim do ano. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, revelou ao Estado que ficou definido que os reservatórios das Regiões Sudeste e Centro-Oeste terão de chegar ao fim de novembro operando com 53% da capacidade. Já as represas das usinas do Nordeste terão de estar, também no fim de novembro, operando com 35% da capacidade. "Se atingidos, esses níveis garantirão que, mesmo no caso de ocorrer no Sudeste o segundo verão mais seco dos últimos 70 anos e o mais seco do Nordeste, não teremos problemas com o abastecimento de energia em todo o ano de 2009", disse Tolmasquim. Os níveis aprovados pelo CMSE são rigorosos. Para se ter uma idéia, no fim de novembro de 2007 os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste operavam com 48% da capacidade e, no Nordeste, com 29%. No início desta semana, segundo o governo, os lagos das usinas do Sudeste e do Centro-Oeste operavam com 81,58%, enquanto os do Nordeste estavam com 80,56%. O sistema aprovado pelo CMSE para os reservatórios é conhecido como nível-meta. Funciona como as metas de inflação do Banco Central. Em relação aos reservatórios das usinas, caberá ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) garantir que fiquem dentro da meta. Segundo Tolmasquim, o ONS fará um acompanhamento mensal da situação das chuvas para saber se será necessário ligar as termoelétricas para economizar água dos reservatórios das hidrelétricas, de modo a atingir a meta no fim do ano. Do mesmo modo, o ONS pode mandar desligar as térmicas quando chover o suficiente para as hidrelétricas. "As térmicas serão mais usadas, mas não é possível dizer se todas permanecerão ligadas ao longo do ano", disse Tolmasquim. Atualmente, segundo ele, estão funcionando as termoelétricas a gás ou a carvão, que estão produzindo 3,1 mil megawatts (MW). Além disso, estão em operação 1,4 mil (MW) produzidos pelas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2. Tolmasquim reconheceu que o uso das térmicas pode afetar as tarifas dos consumidores, por tratar-se de energia mais cara.

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