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Uso de caminhões-pipa é alternativa à rede pública

Em São Paulo, distribuidores já elevaram o preço da água, que pode chegar a R$ 30 por metro cúbico

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Por Redação
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Recorrer a caminhões-pipa para driblar efeitos de um possível racionamento pode ser uma alternativa de risco para a indústria e o comércio. "Temos limitações", avisa Marcelo Nigro, diretor do grupo Transluf, um dos principais distribuidores de água em São Paulo.Ele explica que a atividade é complementar ao abastecimento da rede pública e como a demanda vem crescendo rapidamente nos últimos meses, "não teremos capacidade de abastecer todo o mercado". A Transluf tem duas unidades, uma no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, e outra no município de Taboão da Serra, e opera com frota de 22 caminhões que fazem seis viagens por dia cada um de água retirada de poços próprios. Três novos veículos deverão ser adquiridos neste ano para atender a uma demanda que cresceu 50%. Cada um custa em média R$ 380 mil.Alguns pedidos estão sendo recusados, diz Nigro. "Um limitador é a restrição de horário de circulação dos caminhões imposto pela prefeitura", diz. "Há regiões em que só podemos entrar entre 22h e 5h". Na Fonte Mirante, no Bairro do Limão, zona norte de São Paulo, os pedidos por água dobraram desde o fim do ano. A empresa, que também tem poço próprio, entrega, em média, 1,2 mil metros cúbicos de água por dia. A frota de 12 caminhões será acrescida de mais dois veículos.O preço da água também subiu, de R$ 15 a R$ 18 por metro cúbico para R$ 25 a R$ 30. Dificuldades na entrega é um dos motivos para a alta de preços. Antes, a média para descarregar o caminhão era de meia hora. Hoje, varia de 1,5 hora a 2 horas, informa Edivani dos Santos, diretor da Fonte Mirante.Santos também reclama das restrições à circulação dos veículos. "Deveria haver uma sensibilidade por parte da prefeitura, pois enfrentamos uma crise hídrica e estamos tentando trabalhar", diz ele.Nigro estima que há aproximadamente 65 transportadoras de água em São Paulo, Guarulhos, Taboão da Serra, região do ABC e Campinas, cada um deles com frota média de 10 caminhões-pipa. Um grupo de empresas articula atualmente a criação de uma associação representativa para, entre outras ações, levar as demandas do setor ao governo./ C.S.

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