Quem pretende investir os recursos do 13.o em fundos cambiais, seja como forma de hedge (proteção) ou como diversificação de aplicação, esse pode ser o melhor momento. Porém, apesar da alta da moeda norte-americana projetada pelos analistas no próximo ano, o consenso continua sendo de que esse investimento deve ser adotado apenas por quem tem dívidas em dólar. O economista-chefe da ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, acredita que o dólar fique em R$ 1,92 no final de 2001, mas ressalta que, com um regime cambial flutuante, o dólar oscile em função de fatores externos e internos. Por isso, ficaria muito difícil o investidor acertar o momento certo de resgatar o seu dinheiro e conseguir a melhor rentabilidade. Ele destaca que, mesmo para aplicar, o investidor corre o risco de não acertar o momento mais favorável. Penteado explica que, para quem investe em um fundo cambial como forma de hedge, ou seja, possui dívidas em dólar e por isso precisa ter seus investimentos atrelados à moeda norte-americana, essa oscilação não prejudica a finalidade do investimento. Custo do hedge O diretor de Pesquisa Econômica para Mercados Emergentes do Goldman Sachs, Paulo Leme, destaca que na hora de colocar seus recursos em uma aplicação atrelada ao dólar, a opção do investidor deve tomar por base a aversão que se tem ao risco e o custo de fazer o hedge (proteção), que é definido pela oscilação da taxa de câmbio. O executivo ainda explica que, para quem está interessado apenas em rentabilidade, sem levar em conta o objetivo de hedge, a aplicação em renda fixa pode apresentar ganhos mais atraentes. "Com os juros altos, inflação em queda e câmbio subvalorizado, os papéis atrelados aos juros podem ter ganhos bastante atrativos", conclui. Porém, Leme lembra que esse excesso de retorno reflete a remuneração ao investidor para assumir o risco de uma alta do dólar. Apesar de ser uma das únicas opções para investidores que buscam hedge, o fundo cambial tem sua rentabilidade reduzida pela incidência de Imposto de Renda sobre a rentabilidade do fundo. Todos os meses é descontada do rendimento da aplicação uma alíquota de 20% referente ao IR, o que diminui a proteção do investidor quanto a uma alta do dólar.