Há apenas um mês com nova diretoria e ainda sob direção fiscal e técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Unimed São Paulo está confundindo o consumidor. A cooperativa mandou boletos de cobrança para os associados da operadora Lumina Usimed, convidando-os a mudar de plano. Depois de receber reclamações de consumidores, a Fundação Procon de São Paulo comunicou o problema para a ANS. Segundo a diretora de fiscalização da ANS, Maria Stella Gregori, a agência já está tomando as providências para apurar o caso. "Esse tipo de ação é predatória e abusiva." A orientação da ANS e do Procon-SP é clara: antes de pagar a mensalidade, o consumidor deve verificar com qual das operadoras possui contrato. Se o contrato do plano for com a Usimed, o associado deve pagar o boleto dessa operadora. Só consumidores com contrato com a Unimed devem pagar o boleto dessa cooperativa. "É importante que o consumidor fique atento e pague apenas o boleto da operadora que presta o serviço a ele", explica Hilma Araújo dos Santos, técnica de proteção e defesa do consumidor do Procon-SP. Hoje, o presidente da Unimed São Paulo, Cid Carvalhaes, apresenta ao Procon-SP um dossiê justificando a remessa dos boletos. Segundo ele, a cooperativa está apenas oferecendo uma opção para que o consumidor se transforme em associado da Unimed São Paulo. Mas Hilma alerta que nenhuma empresa pode sugerir que o consumidor se associe ao plano, sem informar quais são as condições do contrato. Antes da crise da Unimed São Paulo, a Lumina Usimed usava os serviços dessa cooperativa. Por causa do endividamento da Unimed São Paulo com seus prestadores de serviços, a rede de hospitais e laboratórios sofreu vários descredenciamentos. Como conseqüência, a Lumina Usimed encerrou o contrato com a cooperativa e tem até o fim de março para terminar de montar uma nova rede de serviços. Técnicos do Procon-SP acompanham essa reformulação. A reestruturação da rede de serviços não pode ser usada como justificativa para falta de atendimento. "A Usimed tem a responsabilidade de manter o atendimento de seus clientes", diz Lucia Helena Magalhães, assistente de direção do Procon-SP. O consumidor que se sentir prejudicado deve procurar primeiro a cooperativa para depois recorrer ao Procon e, por último, à Justiça. "Sempre há prejuízo, uma vez que o consumidor continua pagando a mesma mensalidade e conta com uma rede de serviços menor", completa Hilma. Segundo o presidente da Lumina Usimed, Celso Fraga Filho, nenhum associado está sem atendimento. "Estamos reembolsando clientes que precisem usar um serviço particular", completa.