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Utilize o 13º para quitar as dívidas

Amanhã é o último dia para o pagamento da segunda parcela do 13º salário. O comércio está de olho nesse dinheiro, mas boa parte continuará indo para o pagamento de dívidas.

Por Agencia Estado
Atualização:

Amanhã é o último dia para as empresas pagarem a segunda parcela do 13º salário aos seus funcionários, lembrando que essa é menor que a primeira, pois são descontados Imposto de Renda e INSS. O pagamento do 13º deve injetar R$ 28 bilhões na economia brasileira, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse valor corresponde a cerca de 2,57% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O superintendente da Secretaria de Atendimentos Técnicos do Dieese, José Silvestre, diz que essa quantia não deve causar nenhuma pressão inflacionária, porque as pessoas vão usar o 13º para quitar as dívidas. "Os brasileiros passam o ano todo preocupados com as contas. Quando recebem o 13º pagam as prestações atrasadas." 120 mil pessoas deixaram de ser inadimplentes Esse movimento de quitar as dívidas está sendo sentido em São Paulo. Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mais de 120 mil pessoas já deixaram as listas de inadimplentes nos primeiros dias de dezembro. Apenas na primeira quinzena de dezembro, 128.352 pessoas tiraram o nome das listas negras do comércio. O número representa um crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período de novembro, quando 103.148 deixaram de ser inadimplentes. Em comparação com o mesmo período de 2000, houve um aumento de 4% no número de pessoas que retiraram seus nomes das listas de inadimplência. Assim o consumidor costuma aproveitar para fazer um novo crediário, já que, com nome limpo, poderá realizar novas contas a prazo no comércio, segundo a ACSP. Para o economista ACSP, Marcel Solimeo, mesmo que o dinheiro do 13º não seja transferido diretamente para o comércio, e sim para pagamento de dívidas, as vendas acabam sendo beneficiadas em um momento seguinte. Solimeo, no entanto, minimizou o impacto do 13.º na economia. "Ocorre que todo ano esse fato se repete e a base de comparação muda muito pouco", diz Solimeo. Os especialistas em finanças aconselham os trabalhadores, em primeiro lugar, usarem o 13º para pagar as dívidas. O diretor presidente da Money Maker Investiments Advisori, Fábio Colombo, afirma que as pessoas devem quitar as dívidas e se sobrar devem investir em Fundos DI ou colocar na poupança. "A primeira coisa é pagar dívidas, depois pensar em compras e investimentos."

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