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Vale a pena fazer aula particular de idiomas?

Professores e especialistas traçam o perfil do aluno que se ajusta melhor à aula particular de idiomas. Saiba se você se encaixa nesse perfil. O Procon-SP orienta sobre como fazer a contratação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Na procura por um curso de idiomas, muitas pessoas ficam em dúvida sobre o que vale mais a pena, uma escola especializada ou um professor particular. As duas opções têm fatores positivos e negativos e, para fazer a melhor escolha, o aluno precisa saber qual das alternativas se encaixa melhor às suas necessidades. A Professora Doutora Gretel Eres Fernandez, da Faculdade de Educação da USP, afirma que a aula particular é mais adequada a alunos que não dispõem de muito tempo para freqüentar um instituto de línguas. "Em geral, os alunos de aula particular possuem objetivos específicos em relação ao aprendizado da língua. Muitos querem dominar o idioma rapidamente, para viagens ou negócios, por exemplo". As aulas são mais personalizadas e dirigidas, porque seguem as características de cada aluno. Uma das principais características das aulas particulares são os horários mais flexíveis. É o que diz Shalimar Rebeca Fodrá, uma das sócias do Instituto Jequitibá, que forma professores de espanhol e português. "O aluno não precisa ficar preso a horários rígidos, mas, justamente por isso, muitas aulas são canceladas para serem repostas mais tarde, o que torna o curso acidentado", afirma. Um detalhe deve ser lembrado ao se falar em aula particular: em geral, paga-se mais por esse tipo de ensino em comparação com os cursos em grupo. Mas, como o curso individual tende a render mais, o aluno pode optar por uma carga horária menor para compensar o custo mais elevado. Mesmo assim, os especialistas recomendam duas aulas por semana de uma hora cada, no mínimo, para um aproveitamento adequado. Especialista orienta a escolha do professor O pós-graduando em didática do ensino de línguas estrangeiras, Pérsio Frangetto, da universidade francesa Lumière Lyon 2, afirma que deve existir uma certa cumplicidade entre professor e aluno na aula particular. Isso é essencial para que o estudante se sinta à vontade na aula. "Para alguma línguas, o professor particular é praticamente a única fonte de acesso do aluno ao idioma. Por isso, a integração entre eles é fundamental". Como o aluno só tem contato com o professor, não há colegas para compartilhar a aprendizagem, por meio de exercícios e atividades, o que pode limitar a experiência com a língua. Outro empecilho, segundo Pérsio Frangetto, é a dificuldade que o aluno encontra para certificar-se do conhecimento e da didática do professor: "Nada melhor do que um professor indicado por um conhecido, alguém que já o viu em ação para saber se a aula vale a pena". Ele afirma ainda que o perfil do aluno é, talvez, o tópico fundamental na escolha entre a aula particular ou em grupo. "O aluno mais tímido em sala pode sentir-se mais solto com apenas o professor presente e, portanto, apresentar um desempenho melhor". Além disso, com o aprendizado individual, o professor percebe as deficiências do aluno imediatamente e pode corrigi-las com mais facilidade. Procon dá dicas sobre a contratação de aulas particulares A Fundação Procon-SP - órgão de defesa do consumidor ligado ao governo do Estado- recomenda que, se possível, alunos e professores devem firmar em contrato as obrigações acertadas verbalmente. "Embora saibamos que dificilmente isso acontece, no caso de acontecer algum problema, é mais fácil reclamar quando há um contrato assinado", diz a assistente de direção do Procon, Edila de Araújo. Ela afirma que devem constar do documento as informações relativas a horário das aulas, duração do curso, data de pagamento, cláusulas sobre reposição de aulas, conteúdo das aulas, etc. Edila informa ainda que a aula particular é um serviço de prestação de serviços como um outro qualquer e deve seguir, portanto, as normas do Código de Defesa do Consumidor.

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