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Vale e Baosteel anunciam projeto de US$ 5,5 bilhões

Empreendimento conjunto deverá produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço até 2012, no ES

Por Monica Ciarelli (Broadcast)
Atualização:

Os presidentes da mineradora Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, e da siderúrgica chinesa Baosteel, Xu Lejiang, anunciaram ontem, em Vitória, no Espírito Santo, o mais vultoso empreendimento siderúrgico do País, orçado em US$ 5,5 bilhões. A divulgação oficial do complexo, que envolve a construção de uma usina, um terminal portuário e uma ferrovia ligando a siderúrgica ao porto, foi acompanhada da chamada de novos sócios, provavelmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e um banco de fomento da China. Hoje, as duas gigantes dividem de maneira não uniforme o investimento: a Vale tem 20% e a Baosteel, 80%. A Vale, que mantém a estratégia de participação minoritária em empreendimentos siderúrgicos, não pretende elevar a margem, já superior aos habituais 10%. A idéia é que o novo (ou novos) sócio entre com outros 20%, o que significaria cerca de US$ 1 bilhão. O BNDES não confirma a negociação. Por meio de sua Assessoria de Imprensa, informou apenas que negócios como esse são estudados "caso a caso". Ao apresentar o projeto como "o maior já planejado para o setor", o presidente da Vale, Roger Agnelli, informou que a Companhia Siderúrgica Vitória, que será construída em Anchieta, município a 80 quilômetros de Vitória, terá capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de placas de aço e a previsão é que inicie a operação em 2012. A unidade será, segundo ele, auto-suficiente em energia, com a construção de uma termoelétrica, que vai utilizar o gás derivado da própria produção do aço. Agnelli não foi muito específico sobre a destinação das placas. Disse apenas que parte da produção será vendida no Brasil e o restante, exportado para China, Europa e Estados Unidos. O executivo disse que a mineradora deve buscar financiamento no BNDES para a compra de equipamentos. A companhia chinesa também pretende levantar empréstimo no banco de fomento de seu país. Com a usina, a Baosteel - maior siderúrgica da China - espera reduzir os custos de frete, que dispararam nos últimos anos, atingindo, em 2007, os US$ 80 por tonelada para os negócios Brasil-China. Agnelli acredita que isso será possível, pois, em vez de exportar o minério de ferro bruto, o Brasil venderá placas de aço para o mercado chinês. Além disso, tanto a Vale quanto a Baosteel estão investimento na construção de navios de grande porte para escoar a produção.

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