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Vale e Petrobrás perto de acordo em fertilizantes

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

Incomodada com a dependência do País em relação aos fertilizantes importados, a presidente Dilma Rousseff decidiu interferir numa negociação entre a Vale e a Petrobrás que estava travada há pelo menos três anos, para garantir a exploração de uma mina de potássio em Sergipe.Ontem, ela telefonou para o governador do Estado, Marcelo Déda, e se mostrou otimista com o resultado. "Ela disse que a conversa foi muito boa. Há detalhes de ordem comercial e técnica a resolver, mas ela acha que vai sair", disse. As duas empresas se comprometeram a solucionar as pendências num prazo de 30 a 40 dias. O valor do empreendimento depende do tamanho da área a ser explorada.Fontes ligadas às negociações mencionam cifras entre US$ 1,8 bilhão e US$ 4 bilhões. A precificação das jazidas, que pertencem à Petrobrás, é justamente um dos pontos ainda não acertados. Outro ponto de negociação delicado é o estabelecimento de um cronograma para que a Vale explore as reservas. É queixa frequente do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o fato de as empresas donas das licenças de exploração ficarem "sentadas em cima" delas, sem produzir. Se sair do papel, o empreendimento será o maior investimento privado já recebido por Sergipe. "O projeto é vital para o Estado", afirmou Déda. "Ele será a âncora para a consolidação da cadeia produtiva de fertilizantes." Batalhando há três anos para viabilizar o empreendimento, o governador disse que teve tantas reuniões técnicas que se sente qualificado a dar palestras sobre o assunto. "Acho que posso receber um título de doutor honoris causa em geologia", brincou. Ele tem uma garrafa de champanhe reservada para quando o negócio sair. Ontem, a comemoração seria mais modesta. "Vou abrir uma cerveja."

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