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Vale está fazendo ''ginástica'' para não demitir, diz Agnelli

Executivo fez afirmação após fechar financiamento de US$ 1 bilhão com a Coréia do Sul

Por Denise Chrispim Marin e Leonardo Goy
Atualização:

Mesmo com a previsão otimista de discreta retomada da economia mundial em março de 2009, o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, admitiu ontem que a companhia vai ter de "fazer ginástica" para preservar os empregos nos próximos meses. A afirmação foi feita pouco depois da assinatura de um acordo da mineradora brasileira com o Korean Eximbank, que prevê acesso da Vale a uma linha de financiamento de US$ 1 bilhão. Esses recursos serão utilizados em projetos de investimento da Vale no Brasil e que resultem em exportações de commodities minerais para a Coréia do Sul. "Até fevereiro ou março de 2009, o que a gente está fazendo é uma ginástica no sentido de manter os nossos empregados, porque sempre fizemos um investimento pesado na formação de nossos técnicos. Não é hora de perdê-los", afirmou Agnelli, no Palácio do Planalto. "Agora, isso tudo tem limite, e a gente está torcendo para que as coisas melhorem mais rapidamente", completou, ao final do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o coreano Lee Myung-bak. No final de outubro, a Vale anunciou a redução da produção de minério no País, para se adaptar à estagnação da demanda mundial pelo produto - um dos efeitos da crise financeira sobre os setores produtivos. A principal medida foi a paralisação da extração em jazidas da empresa no Estado de Minas Gerais. Com isso, a produção de minério de ferro pela companhia sofrerá um corte de 30 milhões de toneladas métricas anuais. Segundo Agnelli, tratou-se de um "ajuste momentâneo". Apesar do cenário turbulento, o executivo se mostrou otimista com o futuro próximo. Afirmou que a Vale sairá "mais forte da crise", e que seus recentes investimentos não correm riscos. Embora não tenha ainda definido quais projetos serão beneficiados pela linha aberta pelo Korean Eximbank, Agnelli admitiu que esse financiamento veio em "boa hora". "Temos também outras linhas de financiamento, de forma que os investimentos da Vale estão garantidos com crédito de longo prazo e taxas de juros adequadas", afirmou. No mês passado, Agnelli havia dito que a crise poderia até criar oportunidades de novas aquisições para a empresa. "Quem não estava preparado para essa crise vai ser expulso do mercado. E quem se preparou direitinho para a crise vai poder ter muitas oportunidades pela frente", disse. Segundo ele, haveria opções "baratas" no mercado. "A Vale se preparou, com um trabalho forte de redução de custos, se diversificou em termos de produtos, se internacionalizou, tem todos os financiamentos necessários para seus projetos já contratados. Então, nós estamos absolutamente prontos para tirar vantagem ou aproveitar oportunidades que possam aparecer pela frente", afirmou, à época. ALUSA Também ontem, o grupo Alusa anunciou que estuda uma parceria com a sul-coreana STX Corporation. O acordo seria para a atuação conjunta na produção de sondas de perfuração e de navios para projetos de exploração de petróleo na camada pré-sal, informou o presidente do grupo Alusa, Paulo Godoy, depois de um encontro entre o presidente Lula e investidores coreanos. "Queremos nos fixar juntos nos empreendimentos do pré-sal", disse Godoy. "Essa definição, porém, só se dará quando a Petrobrás e o governo confirmarem o cronograma de desenvolvimento do pré-sal."

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