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Vale faz Bolsa recuar no primeiro pregão da semana; dólar cai

Notícia de que a mineradora prepara captação de US$ 30 bi levou investidores a se desfazerem dos papéis

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Vale desbancou hoje a Petrobras como principal influência negativa sobre o Ibovespa - Índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa. A notícia de que a mineradora estaria preparando uma captação de US$ 30 bilhões para fazer frente a um plano de aquisição no exterior levou os investidores a se desfazerem dos papéis, ainda prejudicados pelo enfraquecimento das commodities metálicas. Com Petrobras não foi diferente: a queda do petróleo também causou perdas às ações e, juntas, as blue chips fizeram a Bovespa encerrar o primeiro pregão da semana em baixa.   A Bolsa caiu 0,72%, aos 69.281,2 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 68.534 pontos (-1,79%) à máxima de 69.990 (+0,29%). O resultado de hoje ampliou as perdas da Bolsa em junho para 4,56%. No mês, os ganhos acumulados somam 8,45%. O volume financeiro, mais tímido, somou R$ 5,033 bilhões (preliminar).   Os rumores de que a Vale estaria negociando a compra de um ativo no exterior surgiram no final de semana e afetaram negativamente as ações desde a abertura. Os papéis ainda sofriam com o enfraquecimento dos metais. A queda foi ampliada no meio da tarde, quando fontes ouvidas pela Agência Estado confirmaram a notícia da aquisição.   A Vale estaria na reta final para fechar uma captação de US$ 30 bilhões no mercado externo, dinheiro que usaria com agressividade para, desta vez, arrematar o ativo - o que não conseguiu com a Xstrata meses atrás. Os investidores, no entanto, fazem as contas e não gostam do endividamento que será assumido, daí a venda dos papéis. Segundo esses profissionais, Anglo American e Alcoa se encaixariam como alvos preferenciais da mineradora brasileira. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Vale recuou 3,38% e as preferenciais (PN, sem direito a voto) da companhia caíram 1,74%.   Petróleo   Petrobras, por sua vez, caiu com o enfraquecimento do petróleo. A abertura de capital da OGX, prevista para esta sexta-feira, também estaria por trás das ordens de vendas das blue chips domésticas, já que alguns investidores vão pegar os lucros obtidos com estes papéis e aplicar naquele IPO.   O preço do petróleo recuou 3,02%, para US$ 134,35 hoje, mas as ações da Petrobras caíram bem menos, 0,34% as ON e 0,23% as PN. Uma fonte informou esta tarde que a estatal vai construir simultaneamente duas refinarias voltadas para a exportação, sendo uma no Maranhão e outra no Ceará.   O petróleo fraco ajudou Nova York. O Dow Jones encerrou a sessão em alta de 0,58%, aos 12.280,3 pontos, o S&P subiu 0,08%, mas o Nasdaq caiu 0,61%.   Mercado cambial   O dólar no mercado à vista caiu na contramão da alta da moeda em relação ao euro e o iene em meio ao fluxo cambial positivo, o recuo do petróleo e a sinalização de autoridades norte-americanas sobre uma eventual intervenção para conter a fraqueza da divisa.   A divulgação de aumento superior ao previsto nas vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos em abril também favoreceu os ganhos da moeda norte-americana no mercado externo: as vendas subiram 6,3% em abril, contra expectativa de queda de 0,2%. As cotações à vista, por sua vez, até reduziram as perdas à tarde, mas operações de venda no mercado futuro influenciaram ainda a manutenção da queda à vista. No fechamento, o dólar foi cotado a R$ 1,6260, em queda de 0,49% em relação aos últimos negócios de sexta-feira.

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