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Vale inicia projeto de carvão na África

Investimentos em Moçambique são estimados em US$ 1,3 bilhão

Por REUTERS
Atualização:

A mineradora Vale iniciou ontem a construção de um projeto de carvão de US$ 1,3 bilhão no norte de Moçambique, com uma capacidade de produzir 11 milhões de toneladas de carvão por ano. Esse é o maior investimento em carvão da empresa no mundo e deve gerar cerca de 3 mil empregos em Moçambique na fase de construção, a maioria de trabalhadores locais, e 1,5 mil quando começar a operar. A unidade ficará localizada em Moatize, na província de Tete, e o carvão produzido pode ser exportado para o Brasil, Ásia, Oriente Médio e Europa, segundo a companhia. O projeto deve produzir 8,5 milhões de toneladas de carvão metalúrgico e 2,5 milhões de toneladas de carvão termal, acrescentou a Vale, que prevê a conclusão em dezembro de 2010. "Este é o nosso primeiro grande projeto na África. Daqui nós vamos para outros países, República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia, para cobre e níquel", disse o presidente da Vale, Roger Agnelli. Ao todo, mais de 20 empresas brasileiras já foram contratadas para atender à Vale em Moçambique em função do projeto, informou a empresa. A África do Sul abriga a maior reserva de carvão do continente africano. Especialistas dizem que Moçambique deve se tornar o segundo no ranking de produção de carvão da África com o desenvolvimento do projeto da Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo. A mina de Moatize, que sofreu um grande prejuízo durante a guerra civil de Moçambique entre 1970 e 1980, deve conter 2,4 bilhões de toneladas em reservas de carvão, sendo o maior armazenamento não explorado no hemisfério sul. O diretor executivo de metais não-ferrosos da Vale, Tito Martins, disse que a companhia está confiante sobre as perspectivas para os preços do carvão. "A perspectiva para o preço do carvão é boa. Em 2009, esperamos ter o segundo preço mais alto em anos", disse. Impulsionado pela demanda chinesa e indiana, o carvão registrou preços altos em 2008. Desde então, os preços caíram cerca de 60%, mas analistas esperam que entre três e cinco anos o produto possa ter um aumento ainda mais acentuado do que em 2008. Moçambique, um dos países mais pobres da África e ainda dependente da agricultura, tornou-se popular entre companhias estrangeiras e investidores interessados nas vastas reservas minerais e de energia. O presidente do país, Armando Guebuza, aproveitou o evento de lançamento do projeto da Vale para chamar a atenção de outros investidores, dizendo que o envolvimento da empresa brasileira mostra que o país é seguro para investimentos, mesmo no contexto de crise financeira global. "A Vale leva ao mundo uma mensagem de que, apesar da crise, Moçambique é um país para o futuro e um país para estabilizar longas e sustentáveis parcerias", disse.

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