O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a quarta-feira em queda, afetado principalmente pela fraqueza das ações da Companhia Vale do Rio Doce. O principal índice da Bolsa perdeu 3,09%, para 60.098 pontos. O volume de negócios alcançou R$ 7,9 bilhões, bem acima da média diária do ano. As ações da Vale caíram 7,5%, a R$ 50,62. Segundo operadores, um relatório do JP Morgan reduzindo a recomendação para as ações da mineradora de "overweight" (acima da média do mercado) para "neutra" pesou sobre o mercado. No relatório, o JP Morgan avaliou que as ações tiveram um desempenho "simplesmente extraordinário" no último mês e que, dado esse comportamento recente, "as cotações da Vale já refletem a perspectiva favorável da companhia". Dólar Acompanhando o movimento dos mercados no exterior e a fraqueza da Bolsa, o dólar fechou em alta nesta quarta. A moeda norte-americana subiu 0,77%, para R$ 1,839, seguindo o movimento de recuperação do dólar no mercado internacional. A Bovespa, que colaborou para a queda do dólar nas últimas sessões, passou a ser uma das responsáveis pelo avanço da moeda depois que investidores estrangeiros decidiram realizar lucros. Júlio César Vogeler, operador de câmbio da Corretora Didier Levy, avaliou que o dólar subiu devido à "realização de lucro por parte dos estrangeiros" mas que se trata apenas de um movimento passageiro. A queda do dólar vinha predominando desde a decisão do Federal Reserve, em meados de setembro, de cortar a taxa básica de juro norte-americana em 0,50 ponto porcentual. O mercado também acompanhou a divulgação, pelo Banco Central, dos dados consolidados sobre o fluxo cambial líquido em setembro - que ficou levemente negativo, em US$ 3 milhões. Na primeira metade do mês passado, até o dia 19, o fluxo negativo era de mais de US$ 1 bilhão. "O fluxo maior (de entrada) no final de setembro valorizou o câmbio e a bolsa... mostrando que (a crise do) 'subprime' teve uma contaminação de pouco impacto", disse Marcelo Voss, economista-chefe da Corretora Liquidez. Ele ponderou, no entanto, que "ainda estamos longe de uma definição" sobre a crise originada no mercado de crédito imobiliário de alto risco dos Estados Unidos. "Definição só no final do primeiro trimestre de 2008."