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Vale planeja investimentos de US$ 15 bi em fertilizantes até 2020

Mineração. Meta da companhia é passar da 14ª para a 5ª posição no mercado mundial de potássio e rocha de fosfato; aumento da produção depende, porém, de negociação relativa à exploração de jazidas em parceria com outra gigante nacional, a Petrobrás

Por ALINE RESKALLA e BELO HORIZONTE
Atualização:

O diretor executivo de Fertilizantes da Vale, Mário Alves Barbosa Neto, afirmou ontem, em Belo Horizonte, que a mineradora vai investir US$ 15 bilhões até 2020 para se transformar na quinta maior produtora de potássio e fosfato do mundo. Com a mudança, a companhia subiria nove posições no ranking mundial desse mercado, pois atualmente ocupa o 14.º lugar.Barbosa Neto divulgou as informações durante o 14.º Congresso Brasileiro de Mineração, realizado na capital mineira. A Vale garante que, do ponto de vista do financiamento, os projetos estão confirmados. No entanto, a empresa ainda precisa fechar um acordo com outra gigante nacional, a Petrobrás, para que a exploração do minério possa ser feita de forma simultânea à do petróleo.O ambicioso plano de expansão da área de fertilizantes da Vale está ancorado em uma mina de carnalita, em Sergipe, onde existe uma jazida de cloreto de potássio. O diretor de operações da Vale Fertilizantes, Marcelo Fenelon, também presente ao evento, disse que talvez a estatal precise abrir mão de uma parte das reservas, que estão localizadas no campo de Carmópolis, onde há o maior campo de petróleo em terra do País."Está sendo discutida a convivência da lavra de petróleo com a lavra de potássio - convivência ou prioridade", disse o executivo. De acordo com Fenelon, outro objetivo da Vale é ampliar a produção de potássio em mais de três vezes com a exploração de outras minas que ficam na área da Petrobrás - e das quais a petrolífera detém os direitos de mineração. Ele lembrou, no entanto, que a companhia já tem um contrato de arrendamento com a Petrobrás para produzir potássio na região, mas em outra mina, a de Taquari-Vassouras.A ambição dos projetos da Vale Fertilizantes se justifica pela forte recuperação desse mercado desde a crise de 2009. Com o fortalecimento da demanda por commodities, a companhia viu sua geração de caixa quadruplicar em pouco mais de dois anos.Em junho, a empresa desistiu do projeto de abrir o capital de seu braço de fertilizantes - o entendimento do mercado é que a operação não seria mais necessária para a companhia, que hoje tem condições de arcar com os investimentos contando com financiamentos e os próprios resultados.O registro de companhia aberta era da antiga Fosfértil, empresa que a Vale comprou no ano passado. A empresa também comprou ativos de fertilizantes da Bunge do Brasil - as duas aquisições geraram um desembolso de aproximadamente US$ 4,7 bilhões.Parceria. Fenelon também comentou a possibilidade de uma parceria com Eike Batista, que planeja entrar no segmento de fertilizantes. "Não sei dizer. Eu disse que, para produção de nitrogenados, gás é importante. Também não apliquei, não investi, não apresentei nenhum projeto na área de nitrogenados."Na semana passada, o dono do grupo EBX levantou a possibilidade de um acordo entre as duas mineradoras, dizendo que a Vale seria uma das opções porque tem uma fábrica de nitrogenados onde o grupo de Eike descobriu recentemente uma reserva de gás natural, próxima ao Maranhão. / COM REUTERS E DOW JONES NEWSWIRES

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