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Vale prevê perdas de R$ 3,7 bi para caso Mariana

Valor se refere a acordo com o governo para compensar rompimento da barragem da Samarco, que causou 19 mortes e danos ambientais

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Por Redação
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A barragem do Fundão da Samarco rompeu novembro do ano passado, causando a morte de 19 pessoas Foto: Divulgação

A Vale fez uma provisão de R$ 3,7 bilhões (aproximadamente US$ 1,2 bilhão) nas suas demonstrações contábeis de 30 de junho, referente a um acordo fechado com autoridades brasileiras para compensar o desastre da Samarco. A mineradora divulgará nesta quinta-feira, 27, seu balanço para o segundo trimestre.

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A barragem do Fundão da Samarco – uma joint venture da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, localizada na cidade de Mariana (MG) – rompeu novembro do ano passado, causando a morte de 19 pessoas, tornando-se o maior desastre ecológico do País. A lama se espalhou pelos rios de Minas Gerais até o Espírito Santo, chegado até o Oceano Atlântico.

Em acordo firmado em março com o governo federal, a Samarco e suas controladoras se comprometeram arcar com um total de R$ 12 bilhões em reparações e compensações pelo desastre. Na ocasião, foi anunciada a criação de uma fundação para gerir os recursos.

A BHP também anunciou que irá provisionar entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,3 bilhão para cobrir os custos do desastre. O valor, em reais, é equivalente ao total aplicado pela brasileira.

A Vale disse ainda que, considerando a previsão atualizada do fluxo de caixa da Samarco, é provável que os acionistas sejam chamados a cumprir com as obrigações do acordo. A Vale estima contribuir em torno de US$ 150 milhões à fundação no segundo semestre. Esta quantia será descontada da provisão anunciada ontem pela companhia brasileira.

Paralisada. A Samarco está com as atividades paralisadas desde o rompimento da barragem e aguarda licença ambiental para voltar a operar, mas a Vale admite que é pouco provável que isso ocorra em 2016.

A Vale informou ainda que pretende liberar à Samarco linhas de crédito de curto prazo de até US$ 100 milhões para apoiar suas operações, sem que isso configure obrigação à controlada. Os recursos serão liberados à medida que forem necessários. A BHP Billiton também poderá disponibilizar linhas de crédito de curto prazo similares para apoiar a operação da Samarco.

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“Fundos serão liberados à medida que forem necessários, estando sujeitos ao cumprimento de algumas etapas pela Samarco”, frisou a companhia, em comunicado.

Nota de crédito. Na semana passada, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito da mineradora Samarco de Caa2 para C. A perspectiva negativa foi revisada para “sem perspectiva”. A Moody’s justificou a decisão citando a probabilidade de a Samarco suspender o pagamento de juros no curto prazo, ou iniciar a reestruturação de sua dívida, o que poderia resultar em um calote. / KARIN SATO E REUTERS

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