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Vale propõe licença com meio salário

Proposta apresentada a sindicatos garante empregos até 31 de maio e, segundo mineradora, evitaria novos cortes

Por Daniele Carvalho e RIO
Atualização:

Após demitir 1,3 mil funcionários em novembro do ano passado, a Vale apresentou ontem a sindicatos proposta de garantia de emprego, até 31 de maio, caso os trabalhadores concordem com licenças remuneradas de 50% dos salários. De acordo com a empresa, a iniciativa evitaria novos cortes até que haja uma reorganização da produção e um cenário mais claro do mercado mundial. O diretor global de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional da Vale, Marco Dalpozzo, classificou a proposta da empresa como a "mais moderna e adequada" e disse esperar que a negociação com os sindicatos seja fechada nos próximos dias. "A intenção da Vale é ganhar tempo, porque a empresa não tem uma visão clara sobre o cenário do mercado nos próximos meses." Pela proposta, a licença remunerada com 50% do salário-base garantirá o mínimo de R$ 856, como prevê o acordo coletivo de trabalho. Também serão mantidos todos os benefícios, como assistência médica, previdência complementar e cartão alimentação. Em caso de necessidade operacional, a licença poderá ser interrompida. Caso a proposta não seja aceita pelos sindicatos, Dallozo afirmou que o plano da Vale não é fazer demissões em massa. Parte dos 5,5 mil funcionários postos em férias coletivas no ano passado já estão retornando ao trabalho. Ainda de acordo com o diretor, o foco são as unidades de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, mas as medidas podem ser estendidas a outras unidades da empresa no País. Atualmente, a Vale tem 19 mil empregados em Minas Gerais e 350 em Mato Grosso do Sul. Em todo o País, o número chega a 45 mil. "Poderemos buscar a mesma solução em outras áreas, a depender do comportamento do mercado e da necessidade de cortar produção." REAÇÃO Nem todos os sindicatos de trabalhadores da Vale em Minas se mostraram satisfeitos com a proposta. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Metabase) de Congonhas e Ouro Preto, Valério Vieira dos Santos, "o acordo continua ruim". Para os sindicatos que concordam com a proposta, como o Metabase de Mariana e o de Belo Horizonte, o acordo é positivo, pois reduz a possibilidade de demissões. Para Sebastião Alves de Oliveira, do Metabase de Belo Horizonte, "no momento é o melhor que podemos fazer para garantir os empregos". COLABOROU: RAQUEL MASSOTE

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