PUBLICIDADE

Publicidade

Vale retoma plano de construção de siderúrgica no Espírito Santo

Após cancelamento da parceria com a Baosteel, mineradora diz que buscará sócio para um novo projeto

Por Michelly Teixeira
Atualização:

Menos de um mês após anunciar o cancelamento do projeto de construção de uma siderúrgica com a chinesa Baosteel no Espírito Santo, a Vale informou que mantém um plano de instalar uma usina no Estado, conforme antecipou a coluna de Sonia Racy. A mineradora brasileira não revela cifras ou o cronograma do novo projeto. Informa apenas que, assim que o plano de engenharia básico estiver pronto, irá ao mercado em procura de um sócio estratégico. A Vale informou que mantém sua estratégia de fomentar o crescimento da indústria siderúrgica no País com projetos como o dos Aços Laminados do Pará (Alpa), empreendimento que receberá aporte de US$ 3,3 bilhões na primeira fase. A expansão da siderurgia brasileira é positiva para a Vale por aumentar a demanda pelo principal produto comercializado pela companhia, o minério de ferro, que serve de matéria-prima para a fabricação do aço. Segundo a empresa, os estudos para implantação de uma usina no Espírito Santo não levarão em conta o modelo feito em conjunto com a chinesa Baosteel, que teve a licença ambiental negada pelo governo capixaba, por conta da localização prevista. Orçado em US$ 5,5 bilhões, o projeto foi desenhado para ser instalado no município de Anchieta, onde já está a pelotizadora Samarco, uma joint venture entre a Vale e a BHP Billiton. A ideia de Vale e Baosteel era iniciar as operações locais em 2012, com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço. A parceria foi costurada no auge do último ciclo de crescimento mundial. Inicialmente, a mineradora brasileira e a Baosteel planejavam construir a usina no Maranhão, mas, por problemas com o governo local, o projeto foi levado para o Espírito Santo. Além da siderúrgica, o projeto incluía ferrovia, porto e uma usina termelétrica. O cancelamento do projeto, em meados de janeiro, foi proposto pelos chineses, que viram a procura mundial por aço minguar nos últimos meses como reflexo da crise global. Em novembro, o desaquecimento da economia provocou uma queda de 12,4% na produção de aço da China, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo a Vale, o novo projeto não terá necessariamente o mesmo orçamento da parceria com a Baosteel. Nas últimas semanas, mineradoras e especialistas do setor começam a ver sinais de recuperação da demanda pelo produto, um dos mais afetados pela crise financeira. Há indícios, por exemplo, de redução dos estoques chineses e aumento das exportações da Índia. Mesmo no Brasil, houve ligeiro aumento das exportações em janeiro, na comparação com o último mês de 2008. Tal cenário vem provocando melhora significativa no humor do mercado financeiro em relação às mineradoras. Esta semana, as ações da Vale se valorizaram quase 16%. A expectativa é que, com a retomada das encomendas, as companhias ganhem força nas negociações com as siderúrgicas sobre os preços do minério para 2009.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.