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Vale: sindicato ameaça invasão em caso de demissão em massa

'Se eles vieram com demissões em massa, vamos fazer algo mais sério do que uma greve', afirmou Metabase Itabira

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Revoltados com o anúncio de novas demissões, sindicalistas ameaçaram nesta sexta-feira, 29, invadir unidades da Vale caso a mineradora promova uma demissão em massa. "Estamos em estado de alerta. Se eles vieram com demissões em massa, vamos fazer algo mais sério do que uma greve. Vamos ocupar as instalações", ameaçou Carlos Roberto de Assis, vice-presidente do sindicato Metabase Itabira.

 

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A Vale negou uma demissão de funcionário em massa como temem os sindicatos Metabase de Itabira e Inconfidente. Por meio de sua assessoria de imprensa, a mineradora informou que está apenas dispensando de 250 a 300 trabalhadores, que já estão aposentados ou que estão próximos a aposentadoria. Os funcionários, segundo a companhia, vão receber como gratificação no processo quatro salários e mais seis meses de plano de saúde. Hoje, sindicalistas ameaçaram invadir unidades da Vale caso a mineradora promova demissões em massa.

 

No entanto, o sindicato informa que o número é bem superior e pode chegar a 850 trabalhadores. A previsão, segundo Assis, foi feita pelo próprio diretor de Recursos Humanos da mineradora, André Teixeira, durante um encontro com funcionários esta semana. A Vale, porém, não confirma esse número.

 

Desde o agravamento da crise mundial no final do ano passado, a companhia já demitiu 1,3 mil trabalhadores.

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O presidente do Metabase Itabira, Paulo Soares de Souza, reclama que a Vale mentiu ao garantir em reunião com sindicalistas, no último dia 22, que não pretendia promover novas demissões enquanto a situação econômica não piorasse e ainda garantiu que os 1,3 mil funcionários em licença remunerada seriam reintegrados a partir de junho.

 

Outro sindicalista, o presidente do Metabase Inconfidente, Valério Vieira dos Santos, também apoia medidas drásticas como a ocupação caso a Vale decida promover demissão em massa para ajustar sua produção ao cenário atual de maior retração econômica.

 

"A Vale não está sendo transparente com seus funcionários", confirmou o vice-presidente do sindicato de Itabira, cidade onde a mineradora foi fundada há 67 anos. Segundo ele, executivos da Vale têm comentado informalmente que o ajuste de pessoal na companhia pode resultar no desligamento de 8 mil trabalhadores, sendo que o número incluiria terceirizados e prestadores de serviço.

 

Segundo ele, vários trabalhadores foram comunicados hoje pela companhia que estarão demitidos a partir de segunda-feira. A companhia argumenta que os desligados serão funcionários aposentados que continuam trabalhando e funcionários próximos à aposentadoria.

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