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Vale tem planos de investir US$ 60 bilhões em 4 anos

A Vale vai injetar US$ 1,5 milhão em um período de cinco anos para o estabelecimento do centro na Columbia

Por Nalu Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

A Vale tem um plano de investimento de US$ 60 bilhões para o período de 2008 a 2012 e conta com a parceria com a Columbia University, lançando hoje o Centro de Investimento Internacional Sustentável, para amparar a execução do plano. A razão, explica o presidente Roger Agnelli, é que as regiões para extrair recursos minerais estão cada vez mais distantes e para chegar até elas é preciso uma combinação de infra-estrutura adequada, preparação de mão-de-obra e licença para explorar as minas. A Vale vai injetar US$ 1,5 milhão em um período de cinco anos para o estabelecimento do centro na Columbia, em Nova York. Agnelli explica que o centro tem por objetivo congregar todos os que podem estar envolvidos no processo para o estabelecimento das operações da mineradora em escala global. O centro tem por objetivo dar cursos, promover capacitação e instrução sobre captação de recursos, por exemplo, para representantes de governos, profissionais do setor e outros interessados. O plano de investimento da Vale que totaliza US$ 60 bilhões, e que não inclui novas aquisições, de acordo com o presidente da empresa, é "o maior programa na história de uma mineradora" e tem objetivo de "garantir crescimento sustentável de longo prazo" para a corporação, ponderou Agnelli na sede da universidade. A Vale tem 156 mil empregados atualmente, mas precisa contratar, globalmente, mais 62 mil novos profissionais. Destes, cerca de 80% iriam atuar no Brasil. A empresa precisa contratar engenheiros, geógrafos e geólogos, por exemplo. O centro em parceria com a Columbia ajudaria por ser mais um pólo de congregação de conhecimento, mas também beneficiaria a Vale pelo potencial de atrair órgãos multilaterais, como Banco Mundial, para fomento de investimento em regiões carentes no globo cuja falta de infra-estrutura adequada e de desconhecimento das autoridades acaba dificultando a entrada ou atuação da mineradora. "Não é sem propósito que o centro está sendo formado na Faculdade de Direito da Columbia", disse Jeffrey Sachs, diretor do Instituto Terra, também da universidade. De fato, a questão regulatória é central para atuação da Vale, como observou Agnelli. "A questão que envolve recursos naturais está cada vez mais sofrendo politização, por conta de nacionalização por certos países." Dólar Agnelli afirmou que não vê a apreciação da moeda brasileira como um problema para a empresa. "Ao contrário, a apreciação do real é boa, significa que o País está (cada vez) melhor", disse. Entretanto, a apreciação do real ante o dólar pesou na redução do faturamento da Vale no primeiro trimestre do ano. Segundo a mineradora, o faturamento foi reduzido em R$ 1,840 bilhão no período, por conta da apreciação da moeda brasileira. Ao falar hoje em Nova York, Agnelli ponderou que os elevados preços das matérias-primas (commodities) no mercado global "compensam" a apreciação do real. Ainda, o executivo atribuiu a queda do faturamento em reais a uma questão contábil. "Isto é contabilidade, não está relacionado ao (valor) em dinheiro", disse, ao ressalvar que no método contábil americano "não aparece esta distorção".

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