10 de novembro de 2019 | 05h00
Uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que será aplicada em uma fábrica de ferro gusa em Marabá (PA) “vai mudar a forma de se produzir aço no mundo”, diz Hermes Ferreira Filho, diretor de projetos da Tecnored e diretor de tecnologia da Leaf Iron, ambas subsidiárias da Vale.
A tecnologia desenvolvida junto com o Senai Cimatec vai substituir 50% do combustível fóssil usado para gerar energia e transformar minério de ferro em ferro gusa (principal matéria-prima do aço) por biomassa de capim de alta produtividade, também criado pela empresa.
Título Indústria lança complexo de inovação
“Faremos ferro gusa com 50% menos emissão de CO2 e metade da água usada hoje, com mais eficiência, menor custo e sem gerar resíduos”, diz Ferreira. As obras da fábrica da Tecnored começarão em maio e as operações em abril de 2022. Além de ferro gusa, ela vai gerar energia para ser usada na área agrícola. “Hoje não há nenhuma tecnologia desse tipo”, diz Ferreira. Toda a parte de robótica será desenvolvida e testada no Senai Cimatec Park.
Um projeto que será mostrado na inauguração do parque amanhã é o Flatfish, submarino autônomo para inspeção de tubos de petróleo e gás em águas profundas. Rosane Zagatti, gerente de tecnologia da Shell, diz que o Flatfish, feito em parceria com o Senai
Cimatec e outras empresas, fará um teste a uma profundidade de 3 mil metros no oceano em 2020. O lançamento comercial, a cargo da empresa Saipen, será em 2021.
A Shell tem outros dois projetos em desenvolvimento, um robô para inspeção de tubulações em águas rasas e outro para inspeção do tanque instalado em navios para armazenar o óleo extraído do fundo do mar.
“Esses trabalhos são feitos por mergulhadores e, com os robôs, vamos reduzir o risco operacional e o custo das inspeções”, diz Rosane.
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