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Varejo morno, baixo ritmo de atividade econômica

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Por Redação
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Em setembro, houve consonância entre a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A combinação dos dois resultados revela a lentidão do ritmo da atividade. O pequeno aumento no volume de vendas a varejo (de 0,5% entre agosto e setembro) não foi visto pelos analistas como sinal indicativo de qualquer reativação dos negócios.Dos dez itens que compõem a PMC, houve crescimento das vendas em sete segmentos e declínio em três. Mas a variação negativa de 5,1% no comércio de veículos e motos, partes e peças representou mais da metade do resultado mensal. E os dados de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo indicaram alta de apenas 0,6% num mês de desaceleração dos preços de alimentos.A evolução das vendas varejistas também foi pouco expressiva na comparação com igual mês do ano passado (4,1%), e muito inferior ao porcentual de 6,2% em agosto. Nos primeiros nove meses de 2013, em relação a igual período de 2012, o aumento foi de 3,9%.Entre os segmentos com mais impacto na atividade, o de material de construção registrou crescimento mensal de 0,8%, em relação a agosto; de 10,1%, comparativamente a setembro de 2012; e de 7,6%, nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses passados. O ritmo anual de aumento das vendas caiu de 8,6%, em novembro de 2012, para 4,8%, em setembro. Até num segmento com estímulos (móveis e eletrodomésticos) houve queda mensal, de 0,2%.O comportamento do emprego industrial corrobora os dados fracos do varejo. Em setembro, a oferta de vagas caiu 1,4%, comparativamente a setembro de 2012. Segundo o IBGE, é o 24.º resultado mensal negativo do emprego industrial.A rigor, o comportamento do emprego - não apenas industrial - dá sinais de deterioração, nem sempre explícita. Cresce o número de pessoas em idade de trabalhar (a chamada População Economicamente Ativa - PEA) que deixam de procurar trabalho. Expurgando esse efeito (efeito desalento) do desemprego, "é possível notar que a taxa de desocupação se elevou em dois pontos porcentuais desde o início de 2013", avaliam os economistas Alessandro del Drago e Luiz Figueiredo, em artigo no jornal Valor. Além do impacto negativo do dólar, essa pode ser uma das explicações para a fragilidade do consumo, apesar dos estímulos oficiais.

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