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Varejo nos EUA tem dificuldades após desempenho fraco no fim de ano

Por NIVEDITA BHATTACHARJEE E JESSICA WOHL
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A temporada de fim de ano de 2012 pode ter sido a pior para varejistas dos Estados Unidos desde a crise financeira de 2008, com crescimento de vendas bem abaixo das expectativas, forçando muitos a oferecer imensos descontos após o Natal com esperanças de livrar-se de estoques em excesso. Enquanto redes como Wal-Mart e Gap devem ter registrado boa performance, analistas esperam muito menos de companhias como a livraria Barnes & Noble e a rede de lojas de departamento J. C. Penney. Já era previsto que o crescimento no varejo norte-americano enfrentaria desaceleração nesta temporada, embora melhoras no mercado de trabalho e alta nos preços de moradias tenham ajudado a mitigar os piores temores. Mas então a tempestade Sandy atingiu a Costa Leste no fim de outubro, o clima ameno prejudicou as vendas de roupas de inverno e a crescente preocupação com o "abismo fiscal" se tornaram uma realidade, arrastando para baixo projeções já pessimistas. "De maneira geral, o Natal não foi tão feliz para varejistas, e você tem que se perguntar como ficarão essas margens se a receita não alcançou suas expectativas", disse o analista Kim Forrest, do Fort Pitt Capital Group. O mais recente sinal de perigo surgiu da MasterCard Advisors Spending Pulse, que anunciou que as vendas relacionadas às festas de fim de ano nos EUA avançaram 0,7 por cento entre 28 de outubro e 24 de dezembro, frente a um aumento de 2 por cento no ano anterior. A estimativa preliminar da SpendingPulse vem na linha de outras previsões que mostram fraco crescimento durante o fim de ano, quando varejistas podem registrar cerca de 30 por cento de suas vendas anuais e, em muitos casos, metade de seu lucro. Os mercados reagiram fortemente às perspectivas negativas. O índice de varejo do S&P 500 caía 1,41 por cento às 18h17 (horário de Brasília). PROBLEMAS COM ESTOQUES A verdadeira variação percentual nas vendas no fim de ano pode ser significativamente diferente dependendo de qual grupo elabora o dado. A SpendingPulse e a Federação Nacional do Varejo, por exemplo, acompanham categorias diferentes, o que pode causar certa variação nas projeções. Independentemente de quão ruim for o número, uma preocupação para varejistas é que vendas fracas significam um excesso de estoques que pode forçar alguns estabelecimentos a cortar preços. Entre outras marcas, a Barnes & Noble ofereceu descontos de 50 por cento em lojas por meio de promoções via e-mail nesta quarta-feira, enquanto a Ann reduziu para metade os preços de suas lojas Loft, e a Bloomingdale promoveu descontos de até 75 por cento em alguns casos. Mesmo em um ano bom, varejistas teriam oferecido descontos para atrair clientes, mas alguns sugerem que o ano fraco forçou suas mãos. "Varejistas não estão mais perseguindo vendas, elas estão buscando gestão de estoques. Isso significa que os descontos que eles esperavam ser de 50 a 60 por cento cresceram para 75 ou até 80 por cento", disse o analista Marshall Cohen, do NPD Group.

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