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Varejo prevê crescimento morno no Dia das Mães

Por Agencia Estado
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Embora a economia ensaie uma recuperação, a redução do poder de compra do consumidor e a inadimplência em alta sinalizam um crescimento morno das compras no varejo para este Dia das Mães. As empresas estão até investindo em promoções grandes, com sorteios de casas e temporadas em spas, mas a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop) trabalham com uma expectativa de incremento de 3% das vendas motivadas pela data em relação ao mesmo período do ano passado e cerca de 15% em relação a abril. Até terça-feira, a ACSP constatava uma alta de 2% a 3% nas consultas aos sistemas de proteção ao crédito (SCPC e UseCheque), principalmente de cheques de pequeno valor (R$ 50 a R$ 100), o que aponta até agora uma preferência por peças que se encaixam nesse parâmetro de preço, como vestuário e eletroportáteis. "Mas as vendas de maior valor também devem crescer até o Dia das Mães", acredita o economista da entidade, Marcel Solimeo. "A data sempre estimula a venda de todos os segmentos, com exceção de artigos masculinos", diz ele. A Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Eletros) também aposta num aumento de vendas com o Dia das Mães, especialmente dos presentes "interesseiros": filhos ou maridos vão presentear as mães com televisores para que eles assistam os jogos da Copa do Mundo a partir de junho. A extinção do racionamento pode também ajudar a recuperar as vendas perdidas no ano passado. "Agora não é pecado comprar artigos eletrônicos", observa o consultor de varejo Marcos Romiti. Promoções Por via das dúvidas, algumas indústrias estão dando um forcinha com promoções que atraiam consumidores. A Multibrás, que fabricam linha branca, está sorteando cinco casas com a linha completa de eletrodomésticos para cozinha e lavanderia, uma em cada região do País, para quem comprar algum produto da Consul. A promoção inclui ainda um brinde no mínimo curioso: dez vizinhos do vencedor vão ganhar refrigeradores da marca. Também a Brastemp, que pertence a Multibrás, vai sortear projetos de decoração de arquitetos de renome com o custo máximo de R$ 40 mil. Vestuário O calor prolongado deste ano não permitiu que o varejo se beneficiasse da troca de coleções do vestuário, que sempre garante um aumento da margem de lucro com as roupas de frio, pelo menos no início da estação. "As lojas estão com roupas de inverno estocadas", diz o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, que torce pela queda de temperatura até o dia 12. Mesmo assim, os shoppings não economizaram nas promoções deste ano e fazem previsões para lá de otimistas até a chegada do Dia das Mães. O BH Shopping, de Belo Horizonte, por exemplo, investiu R$ 300 mil numa campanha publicitária que inclui TV, rádio e outdoors para atrair a clientela. A empresa aposta num aumento de 25% das vendas este ano em comparação com o ano passado. "Apostamos nesse número porque ampliamos o número de lojas em relação ao ano passado", diz a gerente de marketing do shopping, Márcia Malvina. Em São Paulo, o shopping Metrô Santa Cruz investiu o equivalente a R$ 250 mil para promover o Dia das Mães, com publicidade desenvolvida pela W/Brasil, além da decoração interna e uma oficina de arte para que os filhos criem presentes para as mamães. A expectativa é de um crescimento de até 25% em relação ao ano passado. O consultor Marcos Romiti acredita, entretanto, que essas projeções são muito altas, uma vez que os juros continuam altos e as condições macroeconômicas não favorecem as vendas. O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, acredita que o movimento nas lojas será reforçado na véspera, até pelo apelo da data, que só perde para o Natal. "Ninguém vai deixar de comprar, nem que seja uma lembrancinha", diz ele. Para ler mais sobre Comércio e Serviços, acesse o AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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