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Varejo vende mais remédio e menos alimentos

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Por Redação
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A ligeira recuperação do volume de vendas do comércio varejista, tanto entre agosto e setembro como nos últimos 12 meses, deveu-se mais a itens como artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (aumento mensal de 0,4% e anual de 10,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico e combustíveis e lubrificantes do que às vendas de super e hipermercados, ou seja, de alimentos. Mas, se a prioridade conferida pelos consumidores à saúde parece inegável, a saúde do varejo em geral deixa muito a desejar.A receita nominal das vendas do comércio varejista restrito ainda cresceu 0,7%, entre agosto e setembro, e 6,9%, entre setembro de 2013 e setembro de 2014, ou seja, ligeiramente acima da inflação oficial. Neste ano, até setembro, cresceu 9% em relação a igual período do ano passado e nos últimos 12 meses avançou 9,8%.Mas quando se acrescentam os dados do varejo restrito aos das vendas de veículos e motos e de material de construção, a receita nominal subiu apenas 4,2% no ano, em relação a igual período de 2013, e 5,6% nos últimos 12 meses - nos dois casos, em níveis inferiores aos da inflação, indicando declínio real.O comportamento do varejo em setembro mostrou distorções. Caso das vendas de combustíveis e lubrificantes (+9,2% em 12 meses), ajudadas pelo fato de que os preços de gasolina e diesel foram subsidiados ao longo do ano, o que estimulou o consumo. As vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (+14,7%) incluem ótica e brinquedos, ou seja, as crianças influenciaram positivamente o varejo.O aspecto mais preocupante é que não há uma correlação próxima entre o comportamento do varejo e o da indústria, cujo declínio não se deve apenas ao setor de veículos, mas à maioria dos manufaturados. Se a demanda, medida pelo varejo restrito, cresce mais do que a oferta, isso estimula a elevação de importações e gera pressões sobre os preços. Explica-se melhor, assim, por que a inflação permanece acima da meta.Há discrepâncias no consumo também por regiões, pois entre setembro de 2013 e setembro de 2014, enquanto o volume de vendas do varejo restrito cresceu 20,6% no Acre, 14,3% em Rondônia, 13,3% em Roraima e 9,4% no Amapá; em São Paulo diminuiu 2,5% (a queda foi de 8,9% no varejo ampliado paulista, na mesma base de comparação).A estagnação da atividade econômica, que já alcança o emprego formal, tende a afetar mais o comércio nos próximos meses.

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