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Varig e TAM devem anunciar acordo operacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Varig e TAM, as duas maiores companhias aéreas brasileiras, podem estar próximas de um acordo operacional, segundo fontes do setor. A parceria seria a solução costurada pelo governo para minimizar os problemas das empresas. Ambas enfrentam dificuldades financeiras - ainda que em proporções diferentes - e sofrem com a sobreposição de vôos e o excesso de oferta do mercado. O presidente da TAM, Daniel Mandelli, embarcou no fim da tarde de hoje para Brasília, onde se cogita que o acordo possa ser sacramentado amanhã. As empresas ainda não confirmam as informações, mas no início da semana executivos da Varig, entre eles o diretor de Planejamento, Alberto Fajerman, estiveram na TAM, em São Paulo, para uma reunião. Juntas, as companhias possuem mais de 70% do mercado de aviação doméstica (só a Varig tem 40%), e uma parceria maior entre as duas teria de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na terça-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou que a Varig faria "um anúncio importante" esta semana, o que levava a crer que a empresa anunciaria o nome de um novo sócio, já que as negociações com credores ainda não foram fechadas e o ministro da Defesa, José Viegas, havia descartado na véspera a possibilidade de ajuda financeira do governo. O anúncio da entrada de um investidor estrangeiro deverá ser o próximo passo na reestruturação da Varig, já que essas negociações estão avançadas. A iniciativa ainda estaria longe de representar a fusão entre as companhias, mas já seria um sinal claro, para o mercado do interesse do governo em ajudar o setor. Para a Varig, já é o bastante para aliviar pressões de credores e fornecedores, que ameaçam comprometer os vôos. Enquanto a Varig perde aviões - nove jatos serão devolvidos à GE Capital até junho -, a TAM enfrenta problemas com sua frota, dimensionada para uma demanda que não se concretizou. Segundo um consultor, a TAM negociava a devolução de quatro Airbus 330, jatos de grande porte adicionados à frota para sustentar operações internacionais, mas que têm sido usados em vôos domésticos, com alto custo para a companhia. A aposentadoria precoce dos Fokker 100, de médio porte, e sua substituição por aviões maiores da Airbus derrubaram os índices de ocupação dos vôos da TAM, que em janeiro ficaram abaixo de 50%, segundo dados preliminares do DAC. A TAM sofreu prejuízo de R$ 619 milhões até o terceiro semestre, enquanto a Varig arrasta dívidas de US$ 768 milhões. A perspectiva de solução para a crise, no entanto, fez as ações da companhia riograndense subirem 19,57% hoje.

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