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Varig ganha mais tempo para negociar com justiça americana

Será realizada uma nova audiência no dia 13 de setembro e a liminar (contra o arresto dos aviões) será valida até o dia 14 de setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

A Varig obteve nova proteção contra o arresto de aviões e a execução de dívidas anteriores a junho de 2005 na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York. O juiz Robert Drain, diferente das outras vezes, desta vez dividiu a decisão em duas etapas. Ele ordenou a realização de uma nova audiência no dia 13 de setembro e, posteriormente, prorrogou a liminar (contra o arresto dos aviões) até um dia depois, 14 de setembro. A medida foi tomada porque, diante da venda da Varig para ex-subsidiária VarigLog, o juiz quer dar tempo hábil para que o plano de negócios com base na venda da empresa possa ter uma tradução apropriada para os credores, que chegaram a reclamar de outras traduções de documentos referentes ao caso. Com a venda da Varig e já mostrando-se disposto a prorrogar a liminar, o juiz fez um desabafo ao afirmar que, diante da resolução, "todos estão merecendo longas férias (do caso da Varig) após os últimos acontecimentos". Drain certificou-se de que o pedido do advogado da Varig em NY, Rick Antonoff, tratava-se apenas da liminar temporária, uma vez que os credores continuam opondo-se ao pedido inicial para a obtenção de uma liminar permanente. Com o esclarecimento deste ponto, nenhum credor foi contrário ao prolongamento da proteção temporária para a Varig. "Assim, estou preparado para prolongar a liminar" , concluiu o juiz. Antonoff terá de informar aos credores e à Varig caso os planos de venda da empresa para a VarigLog sejam alterados. Neste caso, deverá enviar um documento explicando a mudança a todos os envolvidos. Contudo, William Rochelle, representando a Mitsui, reclamou ao juiz sobre as traduções de documentos relacionados ao caso e pediu que houvesse certificação de que fosse apropriada. Rochelle ainda voltou a afirmar que os dois aviões de seu cliente ainda estavam em uso pela Varig, contrariando a decisão da Corte de Nova York para o retorno ordenado das aeronaves por meio do Plano de Contingência de Retorno de Aeronaves. Credor japonês tem acesso a aviões Contudo, a Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York decidiu que mais um credor teve acesso assegurado a seus aviões que ainda estão em posse da empresa brasileira. A advogada da Sojitz Corporation, Alyssa Englund, comunicou ao juiz que, momentos antes da audiência, acertou com o advogado da Varig em Nova York a obtenção de uma carta para ter acesso aos aviões e turbinas que estão na unidade de manutenção e engenharia VEM. As advogadas do credor japonês reclamavam que a empresa brasileira não estava cooperando para que os representantes da Sojitz dessem proteção adequada às duas aeronaves e duas turbinas que estão sob posse da companhia brasileira. A exigência para o acesso, disse Alyssa, seria uma carta da Varig, ou dos representantes internacionais dela, autorizando a entrada do pessoal da Sojitz. O advogado Antonoff assegurou à advogada do credor e ao juiz Drain que encaminhará uma carta de permissão para entrada e realização da proteção dos bens na unidade da VEM. Após a audiência, o advogado da Mitsui (outra credora japonesa), William Rochelle, afirmou que a decisão de venda da Varig é positiva para o Brasil. "É muito bom para o país ter pelo menos três companhias aéreas saudáveis em operação", afirmou. Contudo, Rochelle questionou mais uma vez se o valor da venda será suficiente para honrar os compromissos com os credores internacionais.

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