PUBLICIDADE

Publicidade

Varig não confirma rumores de que venda sairia hoje

A decisão do juiz da 8ª Vara de Recuperação Judicial do Rio, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig, sobre a venda da empresa deveria ter sido anunciada ontem, mas foi adiada mais uma vez

Por Agencia Estado
Atualização:

Rumores no final da manhã desta quinta-feira indicavam que a novela Varig poderia chegar ao fim hoje - a venda da companhia aérea poderia ser homologada ainda na tarde dessa quinta-feira. A Assessoria de Imprensa da companhia aérea, contudo, não confirmou a informação. De acordo com nota divulgada pela empresa, "a Varig tem absoluta convicção que as negociações entre os interessados em participar do processo de reestruturação da companhia chegarão, brevemente, a um resultado positivo. E tem certeza que informações - como esta agora desmentida - veiculadas de forma leviana e irresponsável não provocarão qualquer descompasso nos entendimentos para a plena recuperação da Varig." Diante destes boatos, o juiz Paulo Roberto Fragoso, auxiliar da 8ª Vara Empresarial, onde atua o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig, informou no início da tarde que permanecem ainda dúvidas sobre a origem dos recursos que o consórcio liderado pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) se comprometeu a pagar pela Varig. Fragoso também não confirmou informações de que a proposta do TGV seria homologada nas próximas horas e também disse desconhecer a possibilidade de o depósito de US$ 75 milhões - necessário para honrar débitos imediatos da Varig e manter a companhia em operação - ser feito também hoje. Fragoso não participa da reunião que ocorre na tarde desta quinta-feira, na sede da empresa, entre representantes da Varig e da consultoria Alvarez&Marsal. O juiz Ayoub está viajando durante o feriado. Decisão adiada A decisão do juiz Ayoub sobre a venda da empresa deveria ter sido anunciada ontem, mas foi adiada mais uma vez. O TGV, único a apresentar proposta no leilão de quinta-feira passada, levou documentos ao juiz detalhando a oferta, mas não formalizou o nome de nenhum investidor que possa capitalizar o grupo, que não tem patrimônio nem faturamento para bancar a compra. No início da noite, Ayoub estava reunido com investidores, mas a assessoria do Tribunal de Justiça anunciou o adiamento da decisão, informando que o juiz estava tentando "costurar" um novo acordo. Estiveram com o juiz o presidente da companhia portuguesa de aviação TAP, o brasileiro Fernando Pinto - que deixou o fórum dizendo que não pretende se associar ao TGV, como havia adiantado ao Estado - e o ex-presidente da VarigLog José Carlos Rocha Lima. O executivo está associado ao fundo americano Carlyle, que administra recursos da ordem de US$ 39 bilhões. O vaivém de executivos da Varig, advogados e potenciais investidores na sede do Tribunal de Justiça do Rio começou de manhã. Ayoub deu início à bateria de reuniões com o reestruturador da Varig, Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal. Depois, outros executivos se juntaram às discussões, como o presidente da Varig, Marcelo Bottini, e o presidente do Conselho de Administração da companhia, Humberto Rodrigues Filho. Análise da proposta Por volta das 11h20, advogados do TGV compareceram ao tribunal para entregar a petição pedida por Ayoub com os esclarecimentos da proposta de US$ 449 milhões feita pela Varig. O juiz havia estipulado que a entrega de informações como origem do dinheiro e formas de pagamento por meio de papéis de dívida deveria - os chamados debêntures - deveria ser feita até o meio-dia. O TGV, que fez a proposta por meio da empresa NV Participações, constituída para investir na Varig, entregou uma petição de 30 páginas, sem nenhum documento anexado, que o juiz Ayoub não teve tempo de analisar ontem. O advogado da NV, Otavio Neves, disse que a documentação continha todas as informações pedidas. Segundo fontes do mercado, o TGV estaria se associando ao grupo de Rocha Lima. Isso porque, segundo as fontes do setor, o investidor dos trabalhadores teria desistido de investir na Varig. Cancelamento de vôos Treze vôos da Varig foram cancelados hoje nos aeroportos do Rio de Janeiro. Dos 13 vôos cancelados, cinco eram da ponte aérea Rio-São Paulo, com saídas do Aeroporto Santos Dumont, e oito do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Apesar do cancelamento dos vôos, não foi registrado nenhum tipo de tumulto entre as pessoas que tinham passagens marcadas. No total, 84 vôos já foram cancelados desde sábado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.