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Varig tem prejuízo de R$ 1 bilhão no primeiro semestre

Por Agencia Estado
Atualização:

A Varig encerrou o primeiro semestre do ano com prejuízo de R$ 1,041 bilhão e o patrimônio líquido negativo em R$ 1,564 bilhão. Segundo a empresa, o resultado foi afetado por perdas cambiais e provisões que somaram R$ 815 milhões, além de R$ 169 milhões de custos financeiros relativos às dívidas da empresa. Este foi o sétimo maior prejuízo de primeiro semestre das empresas abertas brasileiras desde 1994, conforme levantamento da Economática. A Varig informa que o impacto da alta do dólar foi forte nos empréstimos na moeda norte-americana. No acumulado dos seis meses, as perdas cambiais chegaram a R$ 330 milhões. Já o provisionamento de contingências alcançou R$ 490 milhões, sendo R$ 420 milhões para contingências tributárias ligadas ao Finsocial e Cofins e R$ 60 milhões para passivos atuariais. ?São aspectos contábeis que não geram desembolso de caixa?, disse o diretor de controladora e relação com os investidores da Varig, Manuel Guedes. Apesar do prejuízo líquido, a Varig informa que conseguiu reverter o ?resultado da atividade? (receitas menos despesas de vôos), que equivale, na prática, ao resultado operacional. Saiu de um prejuízo de R$ 75 milhões no ano passado para um lucro na atividade de R$ 1,5 milhão este ano. Segundo a empresa, a reversão foi provocada pelo programa de reestruturação de custos, principalmente nos aluguéis de avião e de pessoal, iniciado em fins do ano passado. ?Isto já mostra o caminho que a empresa vem percorrendo. O número é pequeno mas o que importa é o processo?, afirmou o diretor. O relatório da administração destaca que o prejuízo ?não teria chegado aos valores registrados se o negócio do transporte aéreo não fosse, pela sua natureza, tão atrelado ao valor do dólar cuja apreciação, nos últimos meses, afetou profundamente a aviação comercial brasileira?. O levantamento da Economática com os prejuízos de primeiro semestre (atualizados pela inflação) mostrou que o maior este ano foi o da Cesp, de R$ 1,512 bilhão. Nos primeiros seis meses de 2000 e 2001, não foram registrados prejuízos acima de R$ 1 bilhão. Em 1999, a Petrobras apresentou prejuízo de R$ 1,48 bilhão no primeiro semestre. Um ano antes, foi a vez do prejuízo semestral de R$ 1,19 bilhão do Banrisul e de R$ 1,3 bilhão da Companhia Paulista de Ativos. Em 1996, ocorreu o maior prejuízo das companhias abertas desde 1994, do Banco do Brasil, em R$ 13,2 bilhões.

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