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VarigLog aposta no fracasso da TGV e oferece US$ 500 milhões pela Varig

Enquanto isso, a Trabalhadores do Grupo Varig admitiu a possibilidade de não conseguir levantar os US$ 75 milhões, até sexta-feira, para garantir a compra da companhia

Por Agencia Estado
Atualização:

A VarigLog, ex-subsidiária de logística e transporte de cargas da Varig, que tem como acionista o fundo americano de investimentos Matlin Patterson, apresentou à 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na noite de terça-feira - um dia após a homologação do lance feito pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) - uma proposta de investimento de US$ 500 milhões pela operação integral da ex-controladora. A oferta, no entanto, só será efetivada caso o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) não deposite até sexta-feira o sinal de US$ 75 milhões, do total de US$ 449 milhões do lance feito no leilão do último dia 8. Porém, na última quarta-feira, o coordenador do grupo, Márcio Marsillac, admitiu a possibilidade do montante não ser levantando até o prazo determinado pela Justiça. "Ninguém tem 100% de segurança de que esses recursos serão apresentados na sexta-feira. Se com quem nós estamos negociando não vingar, não teremos como depositar." Entretanto, o coordenador da TGV disse que continua negociando a obtenção de recursos com três grupos. "As três frentes que nós temos ainda não recuaram diante da grande depreciação que estamos vivendo no momento." Caso a organização de funcionários da Varig não consiga os recursos até sexta, a proposta da VarigLog inclui um depósito imediato de US$ 20 milhões para atender à situação emergencial da companhia. Como contrapartida, teria uma garantia de que assumirá as operações da ex-controladora, relata uma fonte da VarigLog. "O investimento será destinado a pagar despesas com arrendadoras de aviões, capital de giro, manutenção e folha de pagamento", afirma a fonte, acrescentando que o plano é manter inicialmente a Varig operando com uma frota de 30 aviões. De acordo com a fonte, o plano da VarigLog não foi feito em cima de uma eventual decretação de falência continuada da Varig. Esta hipótese chegou a ser estudada no fim de semana passado pela Justiça do Rio. Falência Em caso de falência, a Varig continuaria em funcionamento com um consórcio liderado pela estatal portuguesa de aviação TAP, apoiando financeira e operacionalmente. No entanto, o presidente da TAP, Fernando Pinto, disse ontem que esse projeto não avançou, mas que continua "aguardando o que vai acontecer". A OceanAir, que chegou a se cadastrar para fazer uma oferta no leilão da Varig, descartou ontem a possibilidade de uma nova investida caso o TGV não faça o depósito. Jório Dauster, membro do conselho do grupo Synergy, controlador da OceanAir, diz que está torcendo para uma solução para a Varig, mas disse que não há nenhuma iniciativa por parte da companhia do empresário German Efromovich. "As condições (da Varig) já foram examinadas. Não há nada que possamos fazer", afirmou Dauster. Subsidiária A ex-subsidiária foi comprada pela Volo do Brasil em dezembro do ano passado por US$ 48,2 milhões. A Volo é um consórcio que tem como acionistas o fundo Matlin Patterson e os empresários brasileiros Marco Antonio Audi, Marco Hapfel e Luiz Gallo. A negociação, no entanto, só foi aprovada na semana passada, após uma disputa judicial. Isso porque a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) impôs uma série de exigências para a homologação da compra. Diante disso, a fonte da VarigLog ressalta que a oferta feita pela Varig também depende da aprovação da Anac. Em abril, a VarigLog havia feito uma proposta de US$ 350 milhões pela Varig, mas depois retirou a oferta.

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